O poder corrompe?


JOÃO TIAGO – Esqueces que, consoante ensinou Lord Acton, o poder por si corrompe. Portanto, não é possível recorrer ao poder para obstacular à corrupção política. Só quando depara com um obstáculo fiscalizador que, é precisamente a opinião pública, será detido na sua tendência para a imoralidade.
JORGE GUILHERME – É tão arbitrário afirmar que o poder corrompe como sustentar que o poder ilumina e esclarece. Tudo depende do poder que se trata. Quando o seu titular estiver, graças a uma posição institucional, intrínseca, como que pessoalmente interessado em bem governar, porque carga de água há-de o poder corromper? Além disso, a opinião livre só conseguirá fiscalizar o poder se for ela mesma um poder. E a acreditar-se que o poder corrompe, é preciso novo poder para fiscalizar o poder da opinião pública e assim até ao infinito.

António José de Brito in «Diálogos de Doutrina Anti-Democrática», 1975.

2 comentários:

Carlos Cobalto disse...

A opinião pública obstaculiza a corrupção porque não existe a moral, o temor a Deus nestes corruptos. Óbvio.

Mas do jeito que vão as coisas, nem a opinião pública mais tem moral ou temor a Deus. Portanto, estamos todos ferrados.

Abraços

VERITATIS disse...

Caro Carlos, a maioria normalmente está errada. A História está cheia de exemplos que o comprovam. Mas veja o caso do julgamento que condenou Nosso Senhor Jesus Cristo. A maioria escolheu Barrabás em vez do Filho de Deus.

Um abraço.