Mons. Marcel Lefebvre sobre o Concílio Vaticano II


O Vaticano II foi igualmente uma mistificação, com a diferença de que os Papas (João XXIII e Paulo VI) apesar de estar presentes, não opuseram resistência nem ao menos à manipulação dos liberais, mas até a favoreceram. Como foi isto possível? Declarando este Concílio pastoral e não-dogmático, insistindo no "aggiornamento" e no ecumenismo, estes Papas privaram a si mesmos e ao próprio Concílio da intervenção do carisma da infalibilidade, que o haveria preservado de qualquer erro.
(...)
Quantos enganos e orientações heterodoxas poderiam ter sido evitados, se o Vaticano II tivesse sido um concílio dogmático e não um concílio que se chamou pastoral!
(...)
Não digo que neste Concílio tudo seja mau, e que não haja alguns belos textos que mereçam ser meditados; mas afirmo, com as provas na mão, que há documentos perigosos e inclusive erróneos, que apresentam tendências liberais modernistas, que inspiraram as reformas, que agora deitam a Igreja por terra.

Mons. Marcel Lefebvre in «Do Liberalismo à Apostasia: A Tragédia Conciliar».

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Para conhecer em pormenor os erros do Concílio: Sinopse dos erros imputados ao Concílio Vaticano II.

Os Democráticos


Andam sempre atribulados,
Prógnatas sorumbáticos,
Esfalfam-se enredados,
Em partidos fantasmáticos,
Têm arranques eléctricos,
Têm humores hepáticos,
São metódicos e métricos,
Mas com apelos lunáticos,

Os Democráticos,
Os Democráticos.

São como ratos cinzentos,
Esgueiram-se rápidos, tácticos,
Por dentro dos parlamentos,
Onde já não são dogmáticos,
Comem pratos semióticos,
Tratados nefelibáticos,
Fazem programas demóticos,
Cuneiformes e hieráticos,

Os Democráticos,
Os Democráticos.

Fazem sermões quilométricos,
Até ficarem asmáticos,
Por entre comícios tétricos,
Teatrais, melodramáticos,
Repetem formas enfáticas,
Para públicos apáticos,
Reproduzem as temáticas,
Inspirados, carismáticos,

Os Democráticos,
Os Democráticos.

P'ra fazer efeitos ópticos,
Envergam estilos áticos,
Ao país servem narcóticos,
Com rótulos profiláticos,
A falar são diuréticos,
A trabalhar são sabáticos,
A governar são caquécticos,
A escrever pouco gramáticos,

Os Democráticos,
Os Democráticos.

Antes de ser deputados,
Andavam em carros práticos,
Funcionários poupados,
De orçamentos matemáticos,
Mas uns bons anos passados,
Em lugares mais numismáticos,
Já se passeiam, coitados,
Em Mercedes tecnocráticos,

Os Democráticos,
Os Democráticos.
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Poema de Luís Sá Cunha.
Canção de José Campos e Sousa.

Democracia e corrupção


É evidente e ensinado pela experiência que é fácil a corrupção onde a responsabilidade de poucos é substituída pela irresponsabilidade de muitos: os regimes democráticos prestam-se mais que nenhuns outros a compromissos, entendimentos, cumplicidades abertas ou inconscientes com a plutocracia.

António de Oliveira Salazar in discurso «Problemas da Organização Corporativa», 13 de Janeiro de 1934.

Dogmatismo anti-dogmático


Há dois tipos de pessoas no mundo: os dogmáticos conscientes e os dogmáticos inconscientes. Eu sempre achei que os dogmáticos inconscientes eram, de longe, os mais dogmáticos.

G. K. Chesterton in «Generally Speaking», 1929.

25º aniversário da queda do Muro de Berlim


O quadro acima reproduzido chama-se Reunificação e é do pintor alemão Herbert Smagon, conhecido pelas suas obras bastante polémicas. Neste caso, o pintor quis ilustrar as duas Alemanhas separadas pelo Muro de Berlim, que representavam simultaneamente os dois blocos que governavam o mundo de então: o capitalista e o comunista. Do lado capitalista, vemos representado o individualismo, o consumismo e a luxúria dos prazeres sensuais. Do lado comunista, vemos o colectivismo uniforme, cinzento, frio e desprovido de vida. Em ambos os lados, vemos o materialismo, a ausência da dimensão espiritual. Como diria António Marques Bessa no seu Ensaio sobre o fim da nossa Idade: "tanto a Este como a Oeste o que domina é o reino imundo da quantidade, das ideias reflexas, do homem vegetativo" e acrescenta ainda que "a vida amputada da dimensão espiritual, vai-se progressivamente concentrando no económico, no puramente material". Também por isso, segundo este autor, "as angústias mais características do nosso tempo e da nossa civilização são as espirituais, que nascem da tensão entre o homem e a sociedade de massa, que o sufoca e aniquila em tudo aquilo que tem de supramaterial". De facto, o Muro caiu, as Alemanhas reunificaram-se e a guerra entre os dois blocos terminou. Venceu o materialismo. Perdemos todos.

Portugal fundou o Brasil


Recentemente, alguém fazendo-se passar por uma actriz brasileira de ascendência italiana, disse que Portugal foi o primeiro responsável pela decadência brasileira. Ora, o raciocínio do dito ladrão de identidades assenta em premissas totalmente falsas. São elas:

1) O Brasil já existia antes de 1500 e era uma nação próspera e coesa.
2) Portugal invadiu e explorou, isto é, usurpou e pilhou, esse preexistente Brasil.

Infelizmente este tipo de discurso falacioso é comum entre um grande número de brasileiros. Tal deve-se a uma tentativa forçada das elites intelectuais brasileiras em criar uma identidade própria separada de Portugal, uma espécie de pátria crioula. Daí também que muitos escritores do século XIX, como Machado de Assis, José de Alencar, Castro Alves ou Gonçalves Dias, tenham apostado numa exaltação desmesurada dos índios e dos pretos. O Brasil seria, segundo esta elite intelectual, uma criação exclusivamente afro-indígena, na qual Portugal teve um contributo mínimo e até negativo. Importa pois corrigir esse erro e dizer que o papel de Portugal na Terra de Vera Cruz foi de modo algum irrelevante ou prejudicial. O território brasileiro antes da chegada de Pedro Álvares Cabral era uma manta de retalhos de tribos de caçadores-recolectores – alguns canibais –, pagãos e idólatras, sem ciência desenvolvida ou linguagem escrita. Coube assim a Portugal o papel de conquistar o Pindorama para a Fé e para a Civilização, tal como sempre foi reconhecido e apoiado pela Igreja – o reinado de Cristo sobrepõe-se a qualquer direito humano. Portanto, quem acusa Portugal de roubar ou destruir o Brasil, mente. Até porque Portugal jamais poderia roubar aquilo que lhe pertencia por direito – ninguém se rouba a si mesmo. Contudo, Portugal não é responsável pelo que se sucedeu após 1822. Se hoje o Brasil é uma nação falhada e inviável, tal deve-se em exclusivo aos próprios brasileiros e ao seu afastamento da matriz original portuguesa.

A Vida


A vida é o dia de hoje,
a vida é ai que mal soa,
a vida é sombra que foge,
a vida é nuvem que voa;
a vida é sonho tão leve
que se desfaz como a neve
e como o fumo se esvai:
A vida dura um momento,
mais leve que o pensamento,
a vida leva-a o vento,
a vida é folha que cai!

A vida é flor na corrente,
a vida é sopro suave,
a vida é estrela cadente,
voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
onda que o vento nos mares
uma após outra lançou,
a vida – pena caída
da asa de ave ferida –
de vale em vale impelida,
a vida o vento a levou!

João de Deus in «Campo de Flores».