A difamação contra D. Carlota Joaquina


Tenho vindo a constatar um reavivar das difamações contra D. Carlota Joaquina por parte dos partidários de Rosario Poidimani (o charlatão italiano que diz ser herdeiro da Coroa Portuguesa). As calúnias não são mais do que uma repetição dos panfletos do século XIX e prendem-se sobretudo com a acusação infame de que D. Miguel não seria filho de D. João VI, e por conseguinte, não seria legítimo Herdeiro da Coroa. O objectivo, está claro, é afastar D. Duarte (descendente de D. Miguel) da linha de sucessão ao Trono, assim como promover a linha ilegítima de D. Pedro. Mas donde surgiram essas calúnias? António Sardinha (português de nascimento e espanhol de formação) revela:

Tentaram eles [os liberais-maçons] estultamente atirar-nos contra a Santa Aliança numa guerra em que a nacionalidade certamente se pulverizaria. Só uma figura se levanta, reagindo, protestando. É D. Carlota Joaquina, – é a «cidadã ex-rainha», como se atreveram a designá-la, ao instaurarem-lhe um processo de rebelião, com pena de desterro. Sofreu por isso a calúnia dos panfletários a soldo das facções. Mas basta ler as Instruções Maçónicas do Grande Oriente Espanhol-Egípcio, para que D. Carlota Joaquina se nos apresente limpa de toda a baba de infâmia que lhe enegrece a memória.
António Sardinha in «Ao Ritmo da Ampulheta», 1925.

Ou seja, a Maçonaria em Espanha deu indicações específicas para caluniar e descredibilizar a Rainha. Motivos? D. Carlota (espanhola de origem e acérrima anti-liberal) fazia frente aos planos da sociedade secreta.
Contudo, mesmo que as calúnias contra a Rainha fossem autênticas, o Sr. Poidimani não tem qualquer direito à pretensão da Coroa Portuguesa, porque:
1. Não é descendente dos Reis de Portugal.
2. É estrangeiro.
3. Representa, por procuração de uma suposta filha bastarda de D. Carlos, o ramo ilegítimo do brasileiro D. Pedro.

4 comentários:

Anónimo disse...

A ser verdade....

Deve-se respeitar a vontade de D.João VI que reconheceu D. Miguel como seu filho legitimo.

É necessário respeitar a vontade de D. Manuel II, que reconhece o ramo Miguelista como seu herdeiro, caso ele e o seu tio, não tivessem filhos

E para finalizar a mãe de D. Duarte Pio é descendente da família imperial brasileira (ramo absolutista)

VERITATIS disse...

Hoje sabe-se que D. Carlota Joaquina foi vítima duma calúnia, cuja autoria moral é a maçonaria. Mas se o objectivo da acusação fosse de facto esclarecer o assunto, então os autores da calúnia teriam apresentado provas irrefutáveis, uma vez que cabe a eles o ónus da prova. Mas por ser calúnia, não têm provas. E por ser calúnia, o propósito é apenas lançar a suspeita sobre a rainha.

Esclareço ainda que os monarcas descendentes de D. Pedro eram ilegítimos, por serem descendentes de um rei estrangeiro. Portanto, e por muito que custe, a vontade de D. Manuel II era irrelevante. E da mesma forma, digo que a ascendência materna de D. Duarte não conta para efeitos de legitimidade.

Josephvs disse...

Reaccionario, Obrigado e bem haja pelo seu post!

VERITATIS disse...

Não necessita de agradecer, Josephvs. É para mim um dever e uma honra poder contribuir para a defesa de D. Carlota Joaquina.