Dos "migrantes"


Desde a antiguidade, facto já assinalado por Aristóteles, Tucídides e Xenofonte, toda a nação que admite no seu seio a entrada desenfreada de alógenos [estrangeiros] está condenada à decadência, sendo que estes últimos substituem progressivamente os autóctones e tendem a persegui-los e a destruí-los culturalmente e/ou fisicamente. Esse processo está em marcha em inúmeras zonas da França.

Guillaume Faye in «Pourquoi nous combattons», 2001.

9 comentários:

Pedro disse...

'Em Fátima, bispo das Forças Armadas exorta a União Europeia a deixar de invocar falta de recursos e defende que a xenofobia deveria ser considerada crime contra a Humanidade'

'.....e apelou à necessidade de se “criar e difundir uma nova mentalidade”, a do “projeto universal de Deus que se há de sobrepor aos regionalismos, às barreiras humanas, aos nossos egoísmos e a esta impossibilidade mental de diminuir um bocadinho o nosso bem-estar para que outros sejam promovidos no mínimo de bem-estar”'


http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/fatima/ue-nao-pode-continuar-a-fazer-do-mediterraneo-a-vala-comum-dos-migrantes

Parece cada vez mais evidente que a corrente dominante da Igreja actual é um peça chave no mundialismo desenfreado, na ausência de fronteiras e desenraizamento do povos, na descaracterização dos modos e costumes e claro a destruição racial, sendo esta claramente dirigida ao homem europeu.

Acredito que ainda que há pessoas no seio da igreja que não alinham nesta agenda satânica e genocida. E em concreto o autor deste blog parece-me muito longe desta corrente e por isso os meus parabéns .

VERITATIS disse...

Caro Pedro Lopes,

Algumas ressalvas:

- Não existem correntes no seio da Igreja. Existe apenas a Doutrina Católica. Se uma determinada opinião é contrária à Doutrina, então essa opinião não é católica.
- Os actuais prelados da Igreja (sacerdotes, bispos e papas) estão contaminados por ideologias heréticas e que foram formalmente condenadas pelos Papas Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, Pio X, Bento XV, Pio XI e Pio XII.
- O Concílio Vaticano II foi a "revolução francesa" no seio da Igreja, o que representa o triunfar dessas ideologias condenadas.
- A opinião do Bispo das Forças Armadas não me surpreende, uma vez que é consequência prática dessa contaminação.

Thiago Santos de Moraes disse...

Reaccionário, na verdade existem correntes dentro da Igreja, seja no âmbito teológico, seja no sócio-político. Por exemplo, no âmbito teológico, no que tange ao estudo da relação entre a liberdade e a presciência divina, temos os tomistas e os molinistas (fora outras correntes minoritárias), e no âmbito sócio-político tivemos uma forte corrente corporativista no século passado que convivia perfeitamente com uma de linha afeita ao livre-comércio. A Igreja não um bloco monolítico onde todos têm de pensar igual no que se refere aos acidentes. Agora, de fato, em relação aos pontos essenciais da fé não se pode falar de correntes, pois aí se adere ou não ao Evangelho.

VERITATIS disse...

Thiago Santos de Moraes,

A ideia de que, tirando as questões dogmáticas, o católico é livre de pensar o que quiser é profundamente liberal. E foi esse tipo de mentalidade que levou à actual crise na Igreja. Na verdade, o católico procura sempre aquilo que é próprio da Fé e está mais de acordo com a Doutrina, seja em questões políticas ou económicas. O verdadeiro católico tende a rejeitar a opinião pessoal e a procurar sempre submeter-se ao pensamento tradicional da Igreja.

"A obediência deve praticar-se tanto mais quanto possível. Tal como o negociante não perde a oportunidade de fazer um rentável negócio, assim o católico não deve perder a oportunidade de praticar a obediência. Os liberais que se dizem católicos olham a obediência como algo a evitar sempre que possível, e na verdade não a desejam para eles, toleram-na quase só como modo regulador indispensável." (Blogue Ascendens)

VERITATIS disse...

Um amigo deu conta de que a minha réplica ao Thiago Santos de Moraes está incompleta por não referir o tema das "correntes" no seio da Igreja. De facto, há assuntos na Igreja que não estão definidos, e para os quais é concedida alguma liberdade. Mas a existência de opiniões díspares não deve ser visto como algo bom e necessário. Pelo contrário, a unidade de opinião é muito mais proveitoso para os católicos.

Thiago Santos de Moraes disse...

Não concordo. Acredito que é exatamente o contrário, isto é, a falta de consciência sobre a possibilidade de um saudável dissenso é que levou, pelo menos no que tange aos mecanismos de implantação, ao atual quadro de crise da Igreja.

Quando Pio IX reagiu às revoluções liberais, ele reforçou a idéia de unidade entre os católicos, num sentido em que não se levada em conta a possibilidade de uma variedade de opiniões, no âmbito teológico e natural, e nem de reação contra certas atitudes das autoridades. Isso era plenamente entendível para aquele contexto; era algo análogo a um estado de sítio para um país. Obviamente, a elite intelectual sabia que as coisas não eram para ser assim sempre, mas a acomodação acabou fazendo essa postura extraordinária se tornar ordinária e, por fim, o fiel médio desaprendeu a pensar.

Desse modo, quando os progressistas ocuparam a estrutura de poder, o quadro estava construído para que ninguém os contestasse a tempo de evitar a autodemolição a que nos submetemos desde a década de 1960.

É bom lembrar que questionar não é necessariamente o mesmo que faltar com a obediência. A obediência é uma virtude moral, não teologal. Entre as duas categorias há uma diferença fundamental: não é possível pecar por excesso nas virtudes teologais (fé, esperança e caridade), porque tendo Deus por objeto direto, quanto mais se crê, mais se espera e mais se ama. Nas virtudes morais, entretanto, pode-se pecar por excesso ou por falta. Quanto à obediência, peca-se por defeito quando não se executa uma ordem legítima, ou seja, que se encontra no âmbito da competência do superior; nesse caso, há desobediência; peca-se por excesso contra a obediência quando se obedece a coisas contrárias a uma lei ou um preceito superiores; nesse caso há servilismo (Roberti, Dizzionario de Theologia Morale, Ed. Studium verbete ubbidienza).

Por isso São Francisco de Sales escreveu (Centelhas Espirituais, cap. IX, pp. 170-171):

"Muitos se enganaram profundamente ao crer que a obediência consista em cumprir, com ou sem razão, tudo que nos é mandado, mesmo quando for contrário aos mandamentos de Deus e da Santa Igreja, no que erraram sobremaneira (...) porque em tudo que diz respeito aos mandamentos de Deus, os superiores não têm faculdade para dar uma ordem contra eles e os subordinados não têm jamais obrigação de obedecer em tal caso. Pior ainda: se obedecessem, cometeriam um pecado."

Assim, o dever de obedecer pressupõe sempre que a ordem do superior seja sempre legítima. Caso contrário, não há obediência e sim, pecado contra a obediência. E para a obediência perfeita, também chamada “cega” o Padre Persh escreveu (Praelectiones Dogmaticae, t. 9, 1923, nn 261 s.):

"Para que ocorra um ato de obediência é necessário que o subordinado veja duas coisas:

1. Que quem manda é um superior competente.

2. Que aquilo que ele manda não é um pecado.

Para assegurar-se desses dois pontos, a obediência deve enxergar e não ser cega... Em que sentido então se fala de obediência 'cega' como ato perfeito de obediência? No sentido de que, estando seguros acerca dos dois pontos acima, tanto da competência do superior quanto da liceidade de sua ordem, nós excluímos a prudência carnal, que torna odioso para nós tudo aquilo que vai contra nossa natureza corrompida e nos estimula a buscar razões para subtrairmo-nos aos preceitos desagradáveis."

Foi precisamente a falta de questionamento das autoridades que permitiu a implantação das "reformas" pós-conciliares com todas as conseqüências negativas que conhecemos.

VERITATIS disse...

Thiago Santos de Moraes,

Sei perfeitamente que existe uma verdadeira e uma falsa obediência. Contudo, uma vez que a sua resposta se centrou no tema paralelo da obediência, ficou intocado o tema central das "correntes de pensamento vs unidade de pensamento". A minha réplica mantém-se assim de pé.

Insisto: Mesmo para assuntos não definidos, a unidade de opinião entre os católicos é preferível à diversidade de opiniões – que facilmente degenera em relativismo de opiniões. Mas como é lógico, essa unidade será sempre em torno da verdade. Será uma unidade em torno da tradição, em torno daquilo que mesmo não estando definido dogmaticamente, sempre foi crido como verdadeiro.

anónimo disse...

Salve Maria

Pois… vinha comentar, mas encontro uma discussão que merece mais atenção que a publicação em causa.

1 – O Pedro Lopes ao transmitir aquilo que queria, acabou por escolher a palavra “corrente” relativamente à Igreja. Todos entendemos o que quer dizer: “corrente dominantes entre os católicos”, ou “pensamento dominante na actual hierarquia da Igreja”… etc..

2 – O Reaccionário adverte que o pensamento da Igreja é UM, e que não pode haver na Igreja aquele tipo de opiniões que vão contra o Pensamento da Igreja e sua Doutrina. Referindo-se ao caso dado pelo Pedro Lopes disse não poder haver correntes na Igreja.

3 – O Tiago Moraes diz haver correntes na Igreja, e há. Mas despegou-se do contexto inicial, perdendo então a possibilidade de avaliar o problema. Naqueles assuntos em questão não pode haver correntes na Igreja. Contudo, há correntes na Igreja em certos casos, mas a regra é de que não os haja, ou seja: que as opiniões divergentes existam só pela necessidade de encontrarem o fim da questão disputada. “A Igreja não um bloco monolítico onde todos têm de pensar igual no que se refere aos acidentes.” … estas “definições” negativas que quase colocam no adversário aquilo que ele não disse, são muito mal-vindas… que fiquem para liberais e modernistas!

4 – “A ideia de que, tirando as questões dogmáticas, o católico é livre de pensar o que quiser é profundamente liberal.” Certo! Mesmo a opinião católica só pode depender da verdade, não seria católico o propositado afastamento dela dela só porque não proibido, nem seria esse um acto de liberdade, mas sim de “liberdade” à liberal.

5 – Não me parece que Tiago Moraes possa em algo contestar o exemplo que foi dado, o da obediência, o qual é realmente um exemplo apenas. Vejamos:

anónimo disse...

(continuação)

a) "A obediência deve praticar-se tanto mais quanto possível” - Nenhum dos exemplos trazidos pelo Thago nos dizem do valor em procurar a obediência. Ou seja, poderá parecer haver um monolitismo nesta questão, pois o homem não teria liberdade para procurar praticar a virtude, deixando a ocasião apenas entregue à decisão de algum legítimo superior. Tal como o liberal faz com a obediência também o faz com o “superior”, já o católico busca as diferenças reais sem que lhes sejam impostas de forma especial, ou seja: por SUPERIOR se pode ter o irmão mais velho, por exemplo. Dou o caso do que durante séculos aqui na minha região sempre foi praticado: se vários irmãos vão passear, não é necessário que os pais tenham dado ordem expressa, para que os mais novos entreguem ao mais velho a orientação da viagem, e serve o mais velho sempre de juiz nos desentendimentos etc.. Os mais novos não só obedecem naquilo que não vai contra o que deve ser, como entendem que estão a fazer agrado a Deus dessa maneira, e, claro, há total à vontade para todos irem manifestando as preferências num todo bem orgânico, e o mais velho tenta fazer tudo conforme seja para o maior agrado de Deus e hora de seus pais. Ora… não me diz o catecismo que a idade institua legítimos superiores. Contudo, este caso pode ser até observado na primogenitura ao longo dos tempos. Também é típico nas culturas liberais ver apenas das igualdades, e ter as diferenças como “excesso” a eliminar. Por isso, tudo o que não é obrigatório ou punido não serve de critério quando se trata de algo como “a quem obedecer”. Mas o católico não pensa assim… Ele procura as diferenças que fazem parte no conhecimento das coisas. Há hierarquia fora da obrigação, as distinções e as igualdades colocam as coisas por determinada ordem. Assim, isso sim, seria mau que o filho mais velho obedecesse ao mais novo, sem que isso tenha sido ordenado pelos pais ou por algum cargo ou dignidade que o filho mais novo viesse alcança. Isabel a Católica, logo que foi coroada, não permitiu que a sua mãe subisse os degraus do trono para se ajoelhar e lhe beijar a mão: ela mesmo desceu ao encontro dela e depois sim, lhe deu a mão a beijar. Eis um exemplo de como os nossos antigos tinham bem presentes as diferenças e por isso tratavam de lhes fazer justiça, coisa que não pode acontecer numa sociedade da “igualdade” imaginária. Enfim… a obediência pode ser procurada, pois santos o fizeram, mas não indo contra a ordem das coisas.

(terá continuação com o ponto b)