Portugal na Capela Sistina


Os feitos portugueses causaram muita admiração em Roma; e Deus quis que Miguel Ângelo desse testemunho disso, para os que haveriam de vir, no painel principal da Capela Sistina (sobre o altar-mor), pintando a cena "o resgate dos escravos" (na qual Portugal com um longo rosário faz subir a África e a Índia).
Entre as dezenas de figuras desenhadas por Miguel Ângelo na famosa pintura "Juízo Final" – almas perdidas, anjos, demónios, apóstolos e santos – destacam-se dois homens pendentes num rosário, em movimento ascendente de Salvação.
Eles estabelecem uma relação simbólica com Portugal. São um negro e um indiano agarrados a um terço. O primeiro representa o continente africano, o segundo o mundo oriental e o rosário representa a oração.
Falta um índio da América – facto que talvez se possa atribuir à animosidade que então reinava contra os espanhóis. Mas a mensagem é clara: levado pelos missionários portugueses, o Evangelho salvaria o novo mundo do Fim dos Tempos.

Fonte: Ascendens

Alterações toponímicas republicanas em Lisboa


A Avenida Ressano Garcia passou a denominar-se Avenida da República e a Rua António Maria de Avelar passou a designar-se Avenida Cinco de Outubro. Uma semana depois são feitas novas alterações: a Rua Bela da Rainha passa a denominar-se Rua da Prata; a Avenida D. Amélia passa a Avenida Almirante Reis; a Rua D. Carlos I passa a chamar-se Avenida das Cortes; a Rua d'el-Rei passa a Rua do Comércio; a Avenida José Luciano passa a denominar-se Avenida Elias Garcia; a praça D. Fernando passa a praça Afonso de Albuquerque; a Avenida Hintze Ribeiro passa a Avenida Miguel Bombarda; a Rua da Princesa a Rua dos Fanqueiros; a praça do Príncipe Real passa a praça Rio de Janeiro; o Paço da Rainha passa a largo da Escola do Exército.

Da expressão "há mouro na costa!"


Relata a História que durante vários séculos toda a costa norte do Mediterrâneo, a região do Algarve e a orla marítima Alentejana, as Ilhas Britânicas e até mesmo a Escandinávia, foram objecto de frequentes razias protagonizadas por corsários e piratas mouriscos, na demanda de escravos europeus, os quais seriam consequentemente vendidos nos mercados esclavagistas de Argel, Marraquexe ou Trípoli.
Face a isto, os povoamentos localizados nas zonas costeiras encontravam-se em permanente estado de alerta de maneira a prevenir o perigo. Por toda a costa foram erguidos numerosos postos de vigia. Desde o alto dessas torres observava-se o horizonte, sendo que ao se avistarem as velas dos navios mouriscos, o sentinela de turno gritava desesperadamente: "há mouro na costa!". Acto contínuo, acendiam-se as fogueiras de sinal e as populações – alertadas – preparavam-se para se defenderem ou abandonavam as aldeias e dirigiam-se para o interior, onde os corsários não se atreviam a penetrar.
Esta prática criminosa perdurou durante séculos, havendo relatos destas incursões ainda em pleno século XIX. O grito "há mouro na costa!" passou a ser expressão de uso popular para advertir alguém sobre um eventual perigo. Em sentido inverso, a expressão antónima "não há mouro na costa!", serve para dar a entender que não existe perigo iminente para uma pessoa que procura realizar determinada tarefa.

Espartanos: descendentes de Abraão


Ario, Rei dos Espartanos, ao Sumo-Sacerdote Onias, saúde!
Achou-se aqui, num escrito sobre os Espartanos e os Judeus, que eles são irmãos e descendem de Abraão. Agora, pois, desde que sabemos isto, fazeis bem em nos escrever acerca da vossa prosperidade. Também nós vos escreveremos. Os vossos gados e os vossos bens são nossos, e os nossos são vossos. Isto é o que ordenamos que vos seja declarado da nossa parte.

I Macabeus XII, 20-23

§

Atenção: Não confundir os antigos Judeus com os actuais Judeus. Pois ao contrário dos antigos, os actuais Judeus já não são mais um povo homogéneo, em resultado do grande exílio do ano 70 d.C. Por isso, hoje em dia encontramos Judeus com diferentes fenótipos, desde brancos (da Europa) a negros (de África).

A importância do Tomismo

Santo Tomás de Aquino

As sociedades civil e doméstica que se acham em grave perigo, como todos sabemos, por causa das pestes dominantes de opiniões perversas, viveriam certamente mais tranquilas e mais seguras se nas universidades e escolas se ensinasse uma doutrina mais sã e mais de acordo com o magistério e o ensinamento da Igreja, tal como contêm as obras de Santo Tomás de Aquino. Tudo o que nos ensina Santo Tomás sobre a verdadeira noção de liberdade, que hoje degenera em licença, sobre a origem divina de toda a autoridade, as leis e seu poder, o paternal e justo governo dos soberanos, a obediência devida aos poderes superiores, sobre a mútua caridade que deve reinar entre todos; todas estas coisas e outras do mesmo teor, são ensinadas por Santo Tomás e têm uma grande robustez e invencibilidade para deitar por terra todos os princípios do novo direito, que como todos sabem, são um perigo para a boa ordem das coisas e o bem-estar público.

Papa Leão XIII in encíclica «Aeterni Patris».

Hino do Beato Nuno de Santa Maria


Herói e Santo, D. Nuno imortal,
Valei à terra de Portugal!

Dom Nuno Álvares Pereira
Nosso encanto e nossa glória,
Retomai vossa Bandeira
E levai-nos à vitória.

Em vosso peito de crente
E robusto lutador
Ardem continuamente
Chamas de fé e amor

Carmelita e Cavaleiro,
Abraçando a Cruz da Espada,
Mostraste ao mundo inteiro
O valor da Pátria Amada.

Ébria de sonho e de aurosa,
Voss'alma fremente e bela,
Brilhou nas eras de outrora
Mais alto do que uma estrela.

Da "mouromania"


Existe hoje em Portugal uma certa "mouromania", uma mania de elogiar e enaltecer o passado mourisco da Península Ibéria, apresentado o Al-Andaluz como o expoente máximo de civilização e cultura, lugar de grande tolerância e liberdade, em oposição à suposta barbaridade, intolerância e incivilidade cristã medieval. Ora, tal ideia é apenas fruto do romantismo de alguns pseudo-intelectuais de cultura anti-cristã, pois nem o Al-Andaluz foi expoente máximo de cultura e civilização, nem foi lugar de grande tolerância e liberdade.

Sobre a cultura e civilização mourisca, eis o que diz o historiador Ernest Renan, citado por António Sardinha no livro Na Feira dos Mitos:

Fala-se muitas vezes duma ciência e duma filosofia árabe; na realidade, durante um século ou dois na Idade Média, os árabes foram nossos mestres, mas só enquanto não conhecemos os originais gregos. A ciência e a filosofia árabe nunca deixaram de ser uma mesquinha tradução da ciência e da filosofia grega. Desde que a Grécia autêntica despertou, essas míseras traduções ficaram sem sentido e não foi sem razão que os filólogos da Renascença iniciaram contra elas uma verdadeira cruzada. De resto, olhando de perto, essa ciência não tinha nada de árabe. O seu fundo é puramente grego, e entre os que a criaram não se aponta um único semita. Eram espanhóis e persas, escrevendo o árabe.
O papel filosófico dos judeus na Idade Média é também o de simples intérpretes. A filosofia hebraica desta época é a filosofia árabe sem modificações. Uma página de Roger Bacon encerra mais espírito científico do que toda essa ciência em segunda mão, respeitável, sem dúvida, como um anel de tradição, mas despida de grande originalidade.

Ou seja, toda a cultura mourisca não passa duma cópia arabizada da antiga civilização grega, com influência hispânica e persa. Importa, porém, dizer, que só há verdadeira civilização sob a Cristandade.

Sobre a liberdade e a tolerância islâmica, eis o que dizem alguns versículos do Alcorão sobre os kafirs (infiéis, não-muçulmanos):

3:28 Crentes não devem ter os kafirs como amigos em preferência a outros crentes. Aqueles que fazem isso não terão nenhuma protecção de Alá e terão apenas eles mesmos como guardas. Alá te avisa para teme-Lo, pois tudo retornará para Ele.
8:12 Então o seu Senhor falou para os Seus anjos e disse: "Eu estarei convosco. Dêem força aos crentes. Eu irei enviar terror no coração dos kafirs, cortar fora as suas cabeças e até mesmo a ponta dos seus dedos!"
33:60 Eles [os kafirs] serão amaldiçoados, e onde quer que eles forem encontrados, serão presos e mortos. Esta era a prática de Alá, a mesma prática com aqueles que vieram antes deles, e tu não encontrarás mudança no modo de Alá.
47:4 Quando tu encontrares os kafirs no campo de batalha, corta-lhes fora as suas cabeças até que os tenhas derrotado totalmente e então toma-os como prisioneiros e amarra-os firmemente.
83:34 Naquele dia, o fiel irá ridicularizar os kafirs, enquanto se senta sobre os sofás nupciais e os observa. Não devem os kafirs ter a retribuição por aquilo que fizeram?

Assim se prova que, pela lei islâmica, os não-muçulmanos são dignos de humilhação e morte.

E os chamados povos do Livro? Será que os cristãos e os judeus têm um tratamento preferencial pelos muçulmanos? Eis o que diz novamente o Alcorão:

9:29 Faz guerra àqueles que receberam as Escrituras [cristãos e judeus] mas não acreditam em Alá nem no Último Dia. Eles não proíbem o que Alá e o seu mensageiro proíbem. Os cristãos e os judeus não seguem a religião da verdade até que eles se submetam e paguem a taxa [jizya] e sejam humilhados.

Então e os dhimmis? O que acontece às pessoas doutras religiões que vivem sob o jugo islâmico? Eis as condições exigidas aos cristãos pelo Tratado de Umar (637):

- Nós não iremos construir, nas nossas cidades ou arredores, novos mosteiros, igrejas, conventos, ou celas para monges, nem iremos consertá-los, de dia ou de noite, mesmo que eles caíam em ruínas, ou sejam situados nos bairros dos muçulmanos.
- Nós iremos manter os nossos portões abertos para os transeuntes e viajantes.
- Nós iremos dar comida e alojamento por 3 dias para todos os muçulmanos que passarem no nosso caminho.
- Nós não iremos prover refúgio em nossas igrejas ou casas para qualquer espião, nem escondê-lo dos muçulmanos.
- Nós não iremos manifestar a nossa religião em público e nem converter ninguém para ela.
- Nós não iremos impedir que qualquer um de nós se converta para o Islão se ele assim desejar.
- Nós iremos mostrar respeito para com os muçulmanos, e nós iremos levantar dos nossos assentos quando eles desejarem sentar.
- Nós não buscaremos parecer como os muçulmanos, imitando o modo como eles se vestem.
- Nós não iremos montar em selas, nem cingir espadas, nem portar qualquer tipo de armas, nem carregá-las connosco.
- Nós não iremos ter inscrições em árabe nos nossos selos.
- Nós não iremos fermentar bebidas (álcool).
- Nós iremos cortar as franjas das nossas cabeças (manter um cabelo curto como sinal de humilhação).
- Nós iremos sempre nos vestir do mesmo modo onde quer que estejamos, e nós iremos amarrar o Zunar em torno das nossas cinturas (cristãos e judeus têm que usar roupas especiais).
- Nós não iremos mostrar nossas cruzes ou os nossos livros nas estradas ou mercados dos muçulmanos.
- Nós iremos apenas usar chocalhos nas nossas igrejas, bem baixinho.
- Nós não iremos aumentar as nossas vozes quando seguindo os nossos mortos.
- Nós não tomaremos escravos que tenham sido determinados para pertencerem aos muçulmanos.
- Nós não iremos construir casas mais altas que as casas dos muçulmanos.
- Qualquer um que espancar um muçulmano com intenção deliberada, perderá os direitos de protecção deste pacto.

Fica assim demonstrado que o Al-Andaluz nunca foi o auge de civilização e cultura peninsular, muito menos um lugar em que a população cristã (maioritária) vivesse sob grande protecção e liberdade. Porém, quero deixar claro que pelo facto de denunciar a farsa da liberdade e tolerância islâmica, não significa que defenda a liberdade religiosa. Isso seria cair num relativismo e num indiferentismo grotesco, algo que foi veementemente condenado pelos Papas antes do Concílio Vaticano II.
Mas quero também acrescentar que os mouros e os judeus não têm qualquer direito a viver em terras ibéricas, onde sempre foram estrangeiros. Se eles viveram cá até ao decreto de expulsão, viveram segundo a condição de pessoas toleradas. E caso os nossos reis católicos quisessem expulsá-los, como veio a acontecer, estavam no seu pleno direito. Recordo que na Acta das Cortes de Lamego (1139) está expresso: Qui non sunt de Mauris, et de infidelibus Iudaeis, sed Portugalêses.
Contudo, importa ainda clarificar que nenhum judeu ou muçulmano foi perseguido por ser judeu ou muçulmano. O Santo Ofício apenas vigiava a conduta dos cristãos. As pessoas que foram condenadas por judaísmo, por exemplo, foram-no por se terem falsamente convertido ao Catolicismo. Muitos judeus, pela ambição de ascender socialmente, convertiam-se aparentemente ao Catolicismo, mas permaneciam secretamente judeus. Foram esses os condenados pela Inquisição. Já as outras confissões religiosas, eram toleradas e estavam restritas ao culto privado, nunca público. Por exemplo, ainda hoje a sinagoga de Lisboa não tem fachada para a rua por esse mesmo motivo. Não que os judeus não pudessem ser judeus, antes o seu culto era exclusivamente privado. Estas eram as leis católicas do Reino de Portugal.

Aos banqueiros


Quando amanhã
fugirem os banqueiros
dos palácios roubados
E em vez deles
homens verdadeiros
Forem monges, poetas ou soldados

Então,
na Mão Direita de Deus
Rolará a terra
E será perfeita

Pedro Homem de Mello

O único Senhor


Rejeitar o senhorio de Cristo é colocar as premissas para uma recaída na sujeição a alguma tirania renascida, que sob disfarces diversos se queira voltar a apresentar à ribalta da História. Quem não acolhe Jesus ressuscitado como único Senhor muito frequentemente acaba por se deixar dominar por eventuais novos "donos dos homens", por diversos ídolos que exigem uma adoração indevida, ou pelos mitos arbitrários que exigem ser honrados como a verdade. Diz repetidamente Santo Ambrósio: "Quantos donos acaba por ter, quem se afasta do único Senhor!".

O Purim de Alcácer-Quibir


Ontem, dia 4 de Agosto, aniversário da Batalha de Alcácer-Quibir, foi um dia de má memória para Portugal, mas um dia de boa memória para os judeus do Magrebe. Pois ontem os judeus de Marrocos celebraram o anual Purim, uma festa religiosa que comemora o salvamento miraculoso dos judeus, vítimas de uma suposta perseguição dos portugueses. Segundo reza a lenda judaica, D. Sebastião teria jurado, antes de embarcar para Alcácer-Quibir, converter à força todos os judeus do Magrebe. Mas estes anteciparam-se, e através de dois soldados desertores, souberam das intenções do Rei de Portugal. Assim, como forma de evitar tamanha crueldade, os judeus teriam feito um dia de jejum e oração. Tudo isto foi escrito numa Meguilá, rolo em pergaminho manuscrito, de que ainda existem alguns exemplares em Israel, e provavelmente em outros países. São lidas nas sinagogas e nas famílias, no dia a que eles chamam "Purim Sebastiano", ou "Purim de Sebastian YSV" (abreviatura de "Que se apaguem o seu nome e a sua memória"). É isto que os judeus de Tânger e de Tetuão comemoram todos os anos naquela data.


D. Sebastião


Esperai! Caí no areal e na hora adversa
Que Deus concede aos seus
Para o intervalo em que esteja a alma imersa
Em sonhos que são Deus.

Que importa o areal e a morte e a desventura
Se com Deus me guardei?
É O que eu me sonhei que eterno dura,
É Esse que regressarei.

Fernando Pessoa