Frei Pedro da Covilhã


Neste dia [7 de Julho], ano de 1498, padeceu pela Fé de Cristo, Frei Pedro da Covilhã, Português, Ministro do Convento da Santíssima Trindade de Lisboa, companheiro e Confessor de Vasco da Gama. Foi o primeiro, que depois do Apóstolo São Tomé, celebrou o Sacrifício da Missa, e prégou o Evangelho, e por ele derramou seu sangue na Índia Oriental.

Pe. Francisco de Santa Maria in «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744.

A herança do "colonialismo"


Conta-se que, depois do 25 de Abril, um diplomata do Leste europeu visitou Lourenço Marques. Acompanhou-o ali um dos dirigentes da FRELIMO e apontou indignado para as palhotas:
Isto é uma herança do colonialismo!
O diplomata do Leste sorriu e comentou:
Isto aqui é África. A herança do colonialismo está ali.
E apontava para os altos prédios que se erguiam imponentes a umas centenas de metros...

Barradas de Oliveira in «Quando os Cravos Murcham», Volume II – A Vergonhosa Descolonização, 1984.


Relembro:

Sufrágio universal, mentira universal


Abençoo todos aqueles que cooperaram na ressurreição da França.
Abençoo-os no intuito (por assim dizer) de ver que se ocupam num trabalho dificultoso mas necessário, o qual consiste em fazer desaparecer ou diminuir uma chaga horrível que aflige a sociedade contemporânea: esta é a que chamam sufrágio universal. Entregar a decisão de questões gravíssimas às multidões naturalmente ignorantes e apaixonadas, não é entregar ao acaso e correr voluntariamente para o abismo?
Sim, o sufrágio universal mereceria neste caso mais o nome de loucura; e quando as sociedades secretas, como sucede muitíssimas vezes, é que decidem, pode chamar-se-lhe mentira universal.

Papa Pio IX em mensagem aos peregrinos franceses, 5 de Maio de 1874.

Batalha de Valdevez


Pelos anos de 1128 veio El-Rei de Leão e Castela Dom Afonso VII, chamado Emperador, contra El-Rei (então Infante) Dom Afonso Henriques. Avistaram-se neste dia [25 de Junho] na Veiga de Valdevez, que está entre a Vila dos Arcos e a freguesia de Santo André de Guilhadeses. Ali se deu batalha, e foi uma das bem disputadas daqueles tempos. Venceram os Portugueses com tanta perda dos inimigos, que por ela se chama ainda hoje àquela Veiga da Matança. Deu o Infante insignes provas de valor, e todos os seus obraram maravilhas. El-Rei de Leão escapou ferido, ficando prisioneiros sete Condes e os principais senhores que o acompanhavam. Colheu-se entre os despojos uma grande relíquia do Santo Lenho, que se depositou na Igreja de Grade, distante quase uma légua do lugar da batalha, e se conserva ainda hoje com memória continuada de muitos milagres; e como abonado testemunho daquela famosa vitória.

Pe. Francisco de Santa Maria in «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744.

Dos assédios mouros à costa portuguesa: caso de Lagos


Alguns anos depois, sabendo os mouros o desenvolvimento de Lagos, começaram a vir da África, nas suas embarcações, denominadas chabeques, e tentaram a sua invasão, não se contentando só em levar os gados, mas fazendo cativos homens, mulheres e crianças, que vendiam para escravos em África. Os habitantes, para lhes escaparem a toda a sorte de crueldades e cativeiro, viam-se na necessidade de se refugiarem nos matos e cavernas. A esta calamidade acudiram João Lourenço, alcaide do castelo de Lagos, que diziam ser obra dos mouros, e João Parente, alvazil, governador, vereador ou juiz de primeira instância, os quais, expondo o que se passava e mostrando que em breve o lugar se despovoaria se lhe não dessem pronto remédio, conseguiram que D. Afonso IV mandasse cercar a povoação, emprestando o mesmo Rei, para isso, 12$000 reis, que mandou guardados por uma escolta de cavalaria, e, mais tarde, mais 8$000 reis. Um antigo manuscrito diz: Existe uma carta do Sr. D. Afonso IV, escrita ao senado de Lagos para continuar a obra da muralha da vila a dentro, que lhe faltavam 500 varas para se aliviarem os danos que os moradores da Vila padeciam dos mouros, que, continuamente, infestavam a costa e então tinham invadido a mesma Vila com 12 galés, o que tudo refere a dita carta que se conserva no arquivo da Câmara.

Manuel João Paulo Rocha in «Monografia de Lagos», 1909.


Estados Unidos de Israel



(...) Em vez disso, gostaria de ir um pouco além dos comentários feitos pelos meus colegas e sugerir não só que Israel não é um aliado, mas também que na verdade não é um amigo, porque causa danos reais aos Estados Unidos ao utilizar o seu considerável acesso ao Congresso e aos meios de comunicação para promover políticas que não são boas, nem para os Estados Unidos, nem para Israel. Tenho a certeza de que todos já ouviram a expressão "um amigo não deixa um amigo conduzir bêbado". Pois bem, os Estados Unidos têm andado a conduzir bêbados há já algum tempo, e esse comportamento perigoso tem sido, em certa medida, incentivado por Israel e pelos seus numerosos apoiantes em Washington.

Israel pode ou não ter sido um facilitador da desastrosa invasão americana do Iraque, mas é inegável que funcionários americanos extremamente próximos do governo israelita estiveram por detrás da corrida para a guerra e da falsificação de informações fraudulentas que alimentaram o processo. Se os Estados Unidos entrarem em guerra com o Irão num futuro próximo, não será porque Teerão represente uma ameaça real para a América. Será porque Israel e o seu poderoso lobby nos EUA conseguiram criar um casus belli essencialmente falso para justificar tal acção.

O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, que chegou a comentar que o 11 de Setembro foi bom para Israel, procurou repetidamente comprometer o nosso Governo a traçar linhas vermelhas que limitariam as opções da Casa Branca e que, na prática, a obrigariam a agir militarmente contra o Irão. O Congresso, por seu lado, está a avançar com legislação que comprometeria os Estados Unidos a intervir militarmente em apoio a um ataque unilateral israelita, o que significa que Israel poderia facilmente ter o poder de decidir se os EUA entram ou não em guerra. Nada relacionado com Israel se assemelha à forma como os EUA interagem com outros países.

A Dalinda e a Janet expuseram os custos em dólares e os acordos especiais de financiamento que servem para apoiar Israel, medidas que não existem para qualquer outra nação. O Congresso aprovou também na quarta-feira, como parte do United States-Israel Strategic Partnership Act, por uma votação de 410 contra 1, uma isenção para Israel do princípio de reciprocidade exigido pelo chamado Programa de Isenção de Visto. Os israelitas poderão viajar livremente para os Estados Unidos, enquanto o seu governo poderá recusar a entrada a cidadãos americanos.

Este é um privilégio que não é concedido a nenhum outro país. Um congressista chegou mesmo recentemente a apresentar um projecto de lei para cortar o financiamento federal a qualquer organização académica que participe em boicotes a Israel. Boicotar outros países parece ser aceitável.

Israel interfere nas eleições americanas. Mais recentemente, em benefício de Mitt Romney, corrompeu o nosso Congresso. O seu chefe de governo repreende publicamente o nosso chefe de Estado.

Ministros do governo insultam e ridicularizam John Kerry. E os seus agentes de informações fornecem efectivamente informações alarmistas e imprecisas em sessões privadas a senadores americanos no Capitólio. Não duvido também que Israel, habituado a comportar-se com impunidade em relação ao seu alegado amigo e patrono em Washington, possa fabricar um pretexto para arrastar os EUA para um novo conflito.

Algo que faz lembrar o caso Lavon em Alexandria, Egipto, em 1954, ou o ataque de falsa bandeira ao USS Liberty em 1967. Israel apoia actualmente com veemência o recurso à força para intervir na Síria, uma proposta que é esmagadoramente rejeitada pelo público americano. Em suma, Israel não tem qualquer relutância em utilizar o seu enorme poder político e mediático nos EUA para pressionar sucessivas administrações a conformarem-se com as suas próprias visões de política externa e de segurança.

Outra razão muito válida para que Israel não devesse receber milhares de milhões de dólares em ajuda militar anual é o seu persistente esforço de espionagem contra os Estados Unidos. Grant Smith descreveu como amigos de Israel roubaram urânio enriquecido de uma refinaria na Pensilvânia para criar um arsenal nuclear. Mais recentemente, soubemos como Arnon Milchan, um produtor de Hollywood nascido em Israel, organizou a compra ilegal de 800 detonadores nucleares.

Milchan recebeu um Óscar no último domingo sem qualquer intervenção do FBI. A existência de um grande esforço de espionagem israelita na altura do 11 de Setembro foi amplamente noticiada, envolvendo empresas israelitas em Nova Jérsia e na Florida, bem como centenas de estudantes de arte em todo o país. Cinco israelitas de uma dessas empresas foram observados a celebrar tendo como pano de fundo as Torres Gémeas a ruir.

Embora se diga frequentemente que todos espiam todos, o que é particularmente verdade quando se fala da nossa própria NSA, a espionagem é uma actividade de alto risco e a maioria dos países é extremamente cuidadosa quando espia amigos devido ao receio de retaliações. Israel, que depende de Washington para milhares de milhões em ajuda e também para cobertura política em fóruns internacionais como a ONU, não espia discretamente, em grande parte porque sabe que poucos em Washington procurarão responsabilizá-lo. Não houve, por exemplo, quaisquer consequências para os israelitas quando agentes dos serviços de informações do Mossad israelita, usando passaportes e fazendo-se passar por americanos, recrutaram terroristas para levarem a cabo ataques no interior do Irão, como referiu esta manhã Mark Perry.

Israelitas a usar passaportes dos EUA dessa forma colocam em risco todos os viajantes americanos. Israel, onde governo e empresas trabalham de mãos dadas, obteve vantagens significativas ao roubar sistematicamente tecnologia americana com aplicações tanto militares como civis. A tecnologia desenvolvida nos EUA é depois alvo de engenharia inversa e usada pelos israelitas para apoiar as suas próprias exportações.

Por vezes, quando a tecnologia é de natureza militar e acaba nas mãos de um adversário, as consequências podem ser graves. Israel vendeu sistemas de armas avançadas à China que se acredita incorporarem tecnologia desenvolvida por empresas americanas, incluindo o míssil ar-ar Python-3 e o míssil de cruzeiro Delilah. Há indícios de que Israel também roubou aviões do sistema de mísseis Patriot para os incorporar no seu próprio sistema Arrow, e que utilizou tecnologia americana obtida no seu programa de desenvolvimento do caça Lavi, que foi financiado pelos contribuintes americanos, para ajudar os chineses a desenvolver o seu próprio J-10.

A realidade da espionagem israelita é inegável. Poderia citar os nomes de Jonathan Pollard, Ben-Ami Kaddish, Stuart Nozet e Larry Franklin como espiões de Israel que foram apanhados, mas são apenas a ponta do iceberg. Israel surge sempre em destaque no relatório anual do FBI denominado Foreign Economic and Industrial Collection.

O relatório de 2005 afirma: Israel tem um programa activo para recolher informação proprietária nos Estados Unidos. Estas actividades de recolha visam principalmente obter informações sobre sistemas militares e aplicações avançadas de computação que possam ser utilizadas na considerável indústria de armamento de Israel. Acrescenta que Israel recruta espiões, usa métodos electrónicos e realiza intrusões informáticas para obter a informação.

Um relatório de 1996 do Defense Investigative Service referiu que Israel tem grande sucesso a roubar tecnologia explorando os inúmeros projectos de co-produção que tem com o Pentágono. Afirma: colocar cidadãos israelitas em indústrias-chave é uma técnica utilizada com grande sucesso. Um exame do General Accounting Office à espionagem dirigida contra as indústrias americanas de defesa e segurança descreveu como cidadãos israelitas residentes nos EUA roubaram tecnologia sensível para fabricar tubos de canhões de artilharia, obtiveram planos classificados de sistemas de reconhecimento e passaram projectos aeroespaciais sensíveis a utilizadores não autorizados.

O GAO concluiu que Israel conduz – e passo a citar – a mais agressiva operação de espionagem contra os Estados Unidos de qualquer aliado dos EUA. Em Junho de 2006, um juiz administrativo do Pentágono rejeitou um recurso interposto por um israelita a quem tinha sido negada uma autorização de segurança. Se conseguem imaginar, um israelita com uma autorização de segurança no Pentágono.

Mas, de qualquer forma, rejeitaram o recurso e afirmaram: o governo israelita está activamente envolvido em espionagem militar e industrial nos Estados Unidos. Um cidadão israelita que trabalhe nos EUA e tenha acesso a informações proprietárias é susceptível de ser alvo dessa espionagem. Mais recentemente, o oficial de contra-espionagem do FBI John Cole relatou como muitos casos de espionagem israelita foram arquivados por ordem do Departamento de Justiça.

Ele fornece uma estimativa conservadora de 125 investigações viáveis sobre espionagem israelita envolvendo tanto cidadãos americanos como israelitas que foram interrompidas devido a pressões políticas. Por isso, a resposta à pergunta se Israel é um aliado dos Estados Unidos é, definitivamente, não. Será sequer um amigo? Bem, suponho que há todos os tipos de amigos no mundo. Mas se julgarmos Israel pelo seu historial na forma como interage com o governo e o povo americanos, penso que a resposta terá igualmente de ser não.

O famoso Poeta Manuel de Galhegos


Manuel de Galhegos, insigne Poeta do seu tempo, a quem os Castelhanos chamaram novo Camões e Virgílio Português, e lhe deram outros títulos não menos ilustres, mas bem merecidos de seu singular engenho e admirável génio Poético, florida eloquência e viva discrição. Compôs vários Poemas, mas entre todos, o que intitulou Templo da Memória, lhe fez imortal a sua. Morreu em Lisboa neste dia [9 de Junho], ano de 1665. Jaz na Igreja de São Lourenço.

Pe. Francisco de Santa Maria in «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744.

6 de Junho: São Norberto


Norberto, nascido em 1080, em Xanten, perto de Colónia, foi educado na Côrte do Imperador. Um dia em que cavalgava, acompanhado por um criado, vê-se assaltado por um furacão. Como Paulo no caminho de Damasco, ouve uma voz a chamá-lo ao serviço da Igreja; ao mesmo tempo, rebenta um raio, lançando-o por terra. Ao levantar-se, sente Norberto o desejo de consagrar-se a Deus. Iniciado nas sagradas Ordens, dedicou-se inteiramente à pregação da palavra de Deus. Depois, guiado pelo Espírito Santo, que continua no correr dos séculos a santificar a Igreja, escolhe um retiro num lugar deserto, chamado Premonstrado, não longe de Soissons, instituindo ali a Ordem que tomou esse nome. Ao morrer o santo Fundador, a nova família contava, só nesse lugar, mais de mil cónegos regulares. São Norberto participou da plenitude do sacerdócio de Cristo, sendo sagrado Arcebispo de Magdeburgo. Ajudou o Papa Inocêncio II a triunfar do Antipapa Anacleto. Foi também amigo de São Bernardo. Depois de ter feito plenamente valer os talentos que Deus lhe confiara para a direcção de sua família religiosa e de sua diocese, «esse homem de Deus, diz o Breviário, cheio do Espírito Santo e carregado de méritos, adormeceu no Senhor, no ano da salvação 1134». – Peçamos a Deus a graça «de praticar o que São Norberto ensinou por palavras e acções».

Fonte: «Missal Quotidiano e Vesperal», 1940.

Invenção do corpo de D. Lourenço, Arcebispo de Braga


Corria o ano de 1663, quando D. João de Áustria, filho bastardo de D. Filipe IV, Rei de Espanha, entrando em Portugal pela Província de Alentejo, conquistou a Cidade de Évora, Capital da mesma Província, e pôs em grande consternação a todo o Reino; então foi quando, sobre duzentos sessenta e seis anos de sepultura, se achou neste dia [4 de Junho], do ano sobredito, o corpo do Arcebispo de Braga Dom Lourenço, único do nome naquela Primacial, tão incorrupto e fresco, e com tanta perfeição e inteireza de todas as suas feições e partes, como se naquela hora acabara de morrer. Foi o Arcebispo Dom Lourenço grande Português, e um dos que mais trabalharam pela conservação e liberdade do Reino, quando os Castelhanos, em tempo do Mestre de Avis, depois Rei, com poderosas forças o pretenderam conquistar e oprimir; e como agora se achavam Castelhanos e Portugueses no empenho da mesma conquista e defesa, reputaram geralmente os Portugueses por singular demonstração do Céu a seu favor, o expor-lhe aos olhos, em uma tal ocorrência, o corpo incorrupto daquele herói, cuja vista os podia justamente animar à defesa da liberdade; e assim sucedeu com efeito: Porque não passaram cinco dias, que não fosse roto e inteiramente desbaratado, o Exército de Dom João de Áustria, e dentro em vinte, recuperada a Cidade de Évora, como diremos em outros dias.

Pe. Francisco de Santa Maria in «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744.

Agostinha Barbosa da Silva


No mesmo dia [2 de Junho], pelos anos de 1674, faleceu Agostinha Barbosa da Silva, Portuguesa. Escreveu na língua Latina as vidas dos primeiros cinco Reis de Portugal. Compôs um tratado de Arquitectura e Arimética, que se imprimiu em Castela com o nome de Pedro de Alvernoz.

Pe. Francisco de Santa Maria in «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744.

Dona Teresa Afonso


Dona Teresa Afonso, filha do Conde Dom Afonso das Astúrias, mulher do ínclito herói Egas Moniz: nos estados de donzela e casada, resplandeceu em virtudes e boas obras, com vantagem conhecida às Senhoras mais ilustres daquele tempo. No de viúva, se excedeu a si mesma: edificou o nobre Mosteiro de Salzedas, da Ordem de Cister, onde jaz, foi sua morte neste dia [27 de Maio], ano de 1171.

Pe. Francisco de Santa Maria in «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744.

Humanidade


Humanidade – É o Deputado Substituto pela Maçonaria, para destruir o antigo nome de Caridade, que fora consagrado pela Religião de JESUS CRISTO! Humanidade pareceu-lhes uma expressão mais nobre e mais pomposa, o que não admira, pois é natural que cheirem à terra, todos os desejos, esperanças, sentimentos e palavras dos que não conhecem outra vida melhor que a presente! Ainda fica mais airosa a palavra, quando lhe põe um vestido Grego Filantropia, e assim mesmo ninguém a busque nos sentimentos, ou corações enregelados desses homens, que de contínuo repetiam essa palavra, enquanto inundavam toda a França de sangue inocente. Ainda hoje estremeço da humanidade de um adepto, que tendo escrito contra a pena de morte, assim mesmo teve a humanidade de condenar a ela o seu Rei Luís XVI. O certo é que todos esses gritos de humanidade, filantropia e moderação, tem sido em pró desses infames trolhas, que escudados pelas doutrinas humanas tem feito quanto querem, e zombado de todo o poder das Leis civis, que são bem fraca obra, quando cessa a pena última!

D. Frei Fortunato de São Boaventura in «O Mastigóforo: Prospecto de um Dicionário das Palavras e Frases Maçónicas», Nº 2, 1824.

Perdão


Perdão. É um dever cristão perdoar aos que nos ofendem; mas o perdão exige o arrependimento do ofensor, e por essa razão não facilita a disposição para nova ofensa. Disse Jesus Cristo: «Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o, e se ele se arrepender, perdoa-lhe» (Ev. S. Luc. XVII, 3).
Quem se arrepende do mal que faz não fica com vontade de repetir a acção má. O perdão é uma consoladora esperança para os pecadores, pois disse o Evangelista S. Lucas: «Arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam perdoados» (Act. Ap. III, 19). Tal é o preço do perdão dos nossos pecados: arrependimento, acompanhado da conversão, e detestação do mal feito, começando a fazer o bem que lhe é contrário.

Pe. José Lourenço in «Dicionário da Doutrina Católica», 1945.

13 de Maio: S. Roberto Belarmino


S. Roberto Belarmino era Professor de Teologia e prégador em Lovaina; depois foi encarregado de dar cursos de controvérsia em Roma, onde teve como penitente S. Luís Gonzaga; daí foi enviado a França por Xisto V, em missão diplomática; mais tarde veio a ser provincial dos Jesuítas, em Nápoles, e finalmente Cardeal. Prestou os mais relevantes serviços aos Papas do seu tempo. Com seus livros de controvérsia deu terríveis golpes no Protestantismo. Não menos influência teve o seu Catecismo, traduzido em quarenta línguas, que espalhava por toda a parte um conhecimento seguro da Doutrina cristã. S. Roberto morreu em Roma a 17 de Setembro de 1621; foi canonizado por Pio XI em 1930 e proclamado Doutor da Igreja em 1931.

Fonte: «Missal Romano Quotidiano», 1963.

5 de Maio: Papa São Pio V


Pio nasceu em Bosco (Piemonte). Aos catorze anos entrou para a Ordem dos Dominicanos. Bispo, Cardeal e Papa, fez valer os talentos de Deus recebidos. Seu Pontificado, embora curto, foi um dos mais gloriosos do século XVI. O Protestantismo proclamara a Reforma e o Islamismo ameaçava o Ocidente. Para remediar aos males que faziam gemer a Cristandade, Pio V fez a aplicação dos decretos do Concílio de Trento, publicou uma nova edição do Missal e do Breviário, e obteve pelas suas orações a gloriosa vitória dos exércitos cristãos em Lepanto, em 1571. Instituiu, nessa ocasião, a festa de N. S. das Vitórias, que mais tarde se tornou a do Santíssimo Rosário. Morreu a 1 de Maio de 1572, recitando o hino do Tempo Pascoal.

Fonte: «Missal Quotidiano e Vesperal», 1940.

"Globalismo" confirmado por um dos seus corifeus


A 8 de Abril de 2011, o maçon, republicano e socialista António Almeida Santos, proferiu um discurso ao congresso do Partido Socialista, no qual afirmava, sob o nome de Globalização, o velho projecto maçónico da República Universal. Considero, pois, oportuno lembrar esse discurso de significado negativo, trazendo à luz aquilo que tem vindo a ser maquinado e implementado nas sombras. Passo a citar:

(...) Também não foi fácil, há duzentos anos, criar o Estado-Nação [= Constitucionalismo], e foi criado. E a União Europeia, exemplo de uma mais que tendencial Confederação do espaço continental europeu, está aí, criada sem bulha, por um método que pode voltar a ser tentado, agora a nível mundial. Se há quarenta anos me tivessem perguntado se a União Europeia de hoje era possível, eu teria dito que não. E foi, apesar de, à data, o espaço europeu vir de uma das mais cruentas guerras de sempre, e não ter, a pressionar a sua unificação, os problemas que o mundo, já globalizado por metade, hoje tem. Reconheçamos que o processo de globalização não é parcelável, nem em definitivo travável ou detenível.
Retiro esta minha esperança também do facto de, entretanto, o mundo ter entrado na fase final do seu processo de globalização. Era grande, desconhecido, dificilmente percorrível. Hoje é, a muitos títulos, um acanhado e devassado recinto. Contacta à velocidade da luz. E pode deslocar-se a velocidades superiores à do som. Imagens dele entram-nos todos os dias porta-a-dentro. É-nos familiar. Milhões de turistas diariamente o percorrem. Milhões de cidadãos diariamente contactam. Onde era o isolamento é hoje o convívio. As mais distintas identidades nacionais se fundem. O processo de globalização entrou na sua fase terminal sem recuo. Quem tentar travá-lo acabará trucidado por ele.
Soljenítsin disse no seu célebre discurso de Harvard: "quando formos milhões, já nada poderão fazer contra nós". Pois bem: já somos. Só falta que a 'lei da transformação da quantidade em qualidade' [erro comunista] faça o que lhe compete. E o que lhe compete é obrigar o modelo económico neoliberal a levantar o pé do travão, e aceitar que à globalização económica, se adicione a globalização política, e por extensão, social, fiscal e militar.
Gostava de morrer com o mundo globalizado por inteiro, e com a família humana universalizada por comuns culturas, sentimentos e afectos. Foi esse o sonho de grandes líderes políticos e espirituais. A lógica que preside ao processo histórico está com o arredondamento da actual civilização. E perante esta evidência, a tentativa da salvaguarda de soluções divisionistas e parcelares, está condenada ao fracasso.