Subjectivismo

Inteligência

Subjectivismo é introduzir a liberdade na inteligência, quando pelo contrário, a nobreza desta consiste em submeter-se ao objecto, consiste na acomodação ou conformidade do pensamento com o objecto conhecido. A inteligência funciona como uma câmara fotográfica, deve reproduzir exactamente as características perceptíveis do real. A sua perfeição consiste na fidelidade ao real. Por este motivo a verdade define-se como a adequação da inteligência com a coisa. A verdade é esta qualidade do pensamento, de estar de acordo com a coisa, com o que é. Não é a inteligência que cria as coisas, mas as coisas que se impõem à inteligência tal como são. Consequentemente, a verdade de uma afirmação depende do que ela é, é algo de objectivo; e aquele que procura a verdade deve renunciar-se a si, renunciar a uma construção do seu espírito, renunciar a inventar a verdade.

Pelo contrário, no subjectivismo, é a razão que constrói a verdade: deparamo-nos com a submissão do objecto ao sujeito. Este passa a ser o centro de todas as coisas. As coisas não são mais o que são, mas o que se pensa delas. O homem passa a dispor da verdade conforme a sua vontade: a este erro chama-se idealismo no plano filosófico, e liberalismo no plano moral, político e religioso. Como consequência, a verdade será diferente conforme os indivíduos e os grupos sociais. A verdade torna-se necessariamente compartilhada. Ninguém pode pretender tê-la exclusivamente na sua integridade; ela faz-se e procura-se sem descanso. Pode ver-se o quanto isto é contrário a Nosso Senhor Jesus Cristo e à sua Igreja.

Mons. Marcel Lefebvre in «Do Liberalismo à Apostasia: A Tragédia Conciliar», 1987.

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