Juramento de Hipócrates


Texto original de Hipócrates, chamado Pai da Medicina, escrito no século V a.C.:

Juro por Apolo Médico, por Esculápio, por Higia, por Panaceia, e por todos os Deuses e Deusas, que acato este juramento, e que o procurarei cumprir com todas as minhas forças físicas e intelectuais.
Honrarei o professor que me ensinar esta arte como os meus próprios pais; partilharei com ele os alimentos e auxiliá-lo-ei nas suas carências.
Estimarei os filhos dele como irmãos e, se quiserem aprender esta arte, ensiná-la-ei sem contrato ou remuneração.
A partir de regras, lições e outros processos, ensinarei o conhecimento global da medicina, tanto aos meus filhos e aos daquele que me ensinar; como aos alunos abrangidos por contrato e por juramento médico, mas a mais ninguém.
A vida que professar será para benefício dos doentes e para o meu próprio bem, nunca para prejuízo deles ou com malévolos propósitos.
Mesmo instado, não darei droga mortífera nem a aconselharei; também não darei pessário abortivo às mulheres.
Guardarei castidade e santidade na minha vida e na minha profissão.
Operarei os que sofrem de cálculos, mas só em condições especiais; porém, permitirei que esta operação seja feita pelos praticantes nos cadáveres.
Em todas as casas em que entrar; fá-lo-ei apenas para benefício dos doentes, evitando todo o mal voluntário e a corrupção, especialmente a sedução das mulheres, dos homens, das crianças e dos servos.
Sobre aquilo que vir, ou ouvir, respeitante à vida dos doentes, no exercício da minha profissão ou fora dela, e que não convenha que seja divulgado, guardarei silêncio como um segredo religioso.
Se eu respeitar este juramento e não o violar; serei digno de gozar de reputação entre os homens em todos os tempos; se o transgredir, ou violar, que me aconteça o contrário.

Esta versão, fiel ao original grego, foi jurada durante séculos pelos médicos, desde a Antiguidade até 1948, ano em que o juramento foi pela primeira vez "actualizado" pela Associação Médica Mundial. Seguiram-se novas modificações, em 1968, em 1983, e em 2017, sempre no sentido de um maior relaxamento dos princípios estabelecidos por Hipócrates.

4 comentários:

Anónimo disse...

É extraordinário como apesar de ser anterior ao nascimento de Cristo, esse juramento quase parece escrito por um cristão.

VERITATIS disse...

Anónimo,

Hipócrates, tal como muitos sábios da Antiguidade, seguia uma moral natural, o que não entra em contradição com o Catolicismo, porque o Deus do Cristianismo, é o mesmo Deus criador da Natureza.

Anónimo disse...

Também é curioso como em 2400 anos o juramento nunca foi alterado, mas só nos últimos 70 anos foi alterado 4 vezes? Algo de estranho se passa.

VERITATIS disse...

Anónimo,

Ora aí está! Mantêm a forma, mas mudam o conteúdo. É a negação da realidade objectiva e da essência das coisas. As coisas não são o que são, mas são o que eu quero e sinto que elas sejam. Eis o modernismo.