Aristides Sousa Mendes: a Verdade e a Mentira


O embaixador Carlos Fernandes, diplomata de carreira e professor universitário, com vasta obra publicada, foi sempre um moderado, na sua vida privada e na pública. E é-o neste livro. Nunca quis entrar na política, mais ou menos partidária, para que foi convidado desde muito novo. Só quis servir o Estado, isto é, toda a comunidade portuguesa organizada como tal, e não apenas uma fracção dela. E serviu-o durante muitos anos e intensamente, como se verifica pelo seu extraordinariamente vasto curriculum vitae, tendo tido actividade notável na negociação dos acordos no seio da EFTA, na Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, e sido até pioneiro na elaboração e negociação dos acordos sobre protecção no trabalho e segurança social dos emigrantes, e na transferência de presos condenados e a cumprir prisão no estrangeiro.

Cansado de ler e ouvir tão abundantes como mirabolantes fantasias a respeito de Aristides de Sousa Mendes, enquanto cônsul de Portugal em Bordéus, em Junho de 1940, fantasias que este nunca invocou nem sugeriu, além de pressionado por vários amigos, dado que ele é, actualmente, a única pessoa viva que, ainda no MNE, conviveu com Sousa Mendes, e, crê-se, a única dos que sobre ele escreveram que o conheceu pessoalmente, decidiu escrever este livro, repondo a verdade sempre que o julgou necessário, sem deixar de evidenciar simpatia pessoal, não profissional, por este cônsul de Portugal, dadas as circunstâncias de tempo, lugar, e psicológicas em que actuou.

É, como verificarão, um livro muito bem documentado, e, sem dúvida, a queda de um mito, não de um anjo, já que esta descreveu-a o grande Camilo Castelo Branco de forma inexcedível.

O leitor vai encontrar aqui vasta informação relevante que certamente desconhecia, porque, propositadamente, se tem omitido ou deturpado, por razões políticas e económicas, que aborrecem a verdade.

Aristides, ao contrário do que se tem propalado, não deu 30 000 vistos, dos quais 10 000 a judeus, nos dias da ira, mas apenas entre 600 e 650, nunca tendo sido exonerado de cônsul de Portugal nem aposentado por Salazar, recebendo até morrer o seu vencimento como tal.

Desde alguns descendentes de Aristides até ao influente político americano de origem açoriana Tony Coelho, passando por grupos judaicos amestrados para isso, e por Jaime Gama e outros políticos portugueses, tem-se elevado uma monstruosa montanha mitificadora à base de falácias que não engrandecem, quer Aristides, quer a Assembleia da República, quer o Governo e o Presidente da República, que para isso contribuíram.

5 comentários:

Anónimo disse...

Não há dúvida que Carlos Fernandes escreveu um livro demolidor do MITO SOUSA MENDES.
Mas quem é Carlos Fernandes? Um diplomata que pretendeu ter uma carreira brilhante, mas cometeu um erro crasso, totalmente impróprio de um verdadeiro diplomata - quando Embaixador na Haia, e sobre a tentativa falhada das Caldas mandou um telegrama para o M.N.E. congratulado-se "com o insucesso da soldadesca" [sic]; umas semanas depois dava-se o 25 de Abril e a carreira de Carlos Fernandes esteve mesmo em perigo.
Por outro lado é um arrogante, pomposo e muiro convencido de si.
Mas escreveu um livro mal estrutrurado - o Embaixador já tem 90 anos - repetitivo e altamente maçador. No entanto dismistifica totalmente a farsa Aristides Sousa Mendes.
Mas bastaria tê-lo feito sem procurar rebater um outro livro de endeusamento de Aristides, escrito por um tal Rui Afonso, que ninguém conhece, e baseando-se apenas e muito bem nos factos, documentos, participações das autoridades diplomáticas inglesas, etc, etc tudo feito certamente pela última pessoa viva que contactou com Aristides.
Assim ficariamos a saber:
1- que Aristides era Coinsul de 1a classe, não pertencendo na altura á carreira diplomática, como seu irmão gémeo, Cesar, que foi mesmo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Salazar;
2- Salazar limitou-se perante tantas irregularidades de Aristides, mas que não conduziram á tal salvaçõ de dezenas de milhares de judeus do holocausto, de o retirar de Bordeus e colocá-lo na disponibilidade fora do serviço, mas com o vencimento de categoria, isto é de Consul de 1a classe até á morte;
3- se teve dificuldades financeiras foi consequência da sua vida privada - 14 filhos, sendo 12 vivos, uma amante Renné, uma filha desta, que veio a ser legitimada com o casamento de Aristides após enviuvar, etc, etc.
4- mas Carlos Fernandes "casmurra" certamente pela idade, insiste em viver no seu tempo e escrever como se houvesse ainda duas carreiras distintas. E assim quando numa total ilegaliodade a A.R. reintegra quem nunca foi "desintegrado" fá-lo [não poderia ser de outra maneira já que a carreira consular há muito que tinha terminado, para haver uma só carreira - a diplomática, sendo os seus membros que eram nomeados Consules]na carreira diplomática. O Jaime Gama não é estupido e sabia que ilegalidade por ilegalidade não iria fazer uma irrealidade, isto é, reintegrar alguém mnuma coisa que já não existia. E assim fê-lo á sua maneira e ainda pior pois levou a A.R. a reintegrar Aristides em Min istro Plenipotenciário de 2a classe, coisa que se tivesse vivido mais nunca viria a ser!!!.
4- Carlos Fernandes com toda a sua pompa, convencimento e auto-suficiência abriu a"Caixa de Pandora", que nunca mais se fechará, dismistificou Aristides, confundiu os judeus, seus adeptos, e outros que já obtiveram chorudas vantagens materiais. Portugal já deu aos descendentes de Aristides milhares e milhares de contos - serviu para discórdias e desentendimentos entre eles, o que aliado ao bom senso comum - quem acredita em 30.000 vistos em semanas para judeus dados em Bordeus ?- levará a pôr Sousa Mendes no lugar devido - um mau funcionário consular com 5, repito, 5 processos disciplinares desde a I República e, mesmo, como consta de documentos das autoridades diplomáticas inglesas aproveitando-se do infortúniuo de judeus para lhes sacar ... din heiro, repito, lhes sacar...dinheiro.
Luis Soveral

Abrãao M. Zacuto disse...

No mundo actual, torna-se impossível acreditar no que se conta da história da humanidade e da história de «grandes personalidades». Estamos claramente numa bifurcação., esperemos que o caminho a tomar seja o garante da Liberdade (e a humanidade sempre mostrou ser capaz de vencer o embuste e a opressão). Um exemplo entre muitos outros, corre na Web que François Mitterand teria dado um tiro num conselheiro de Estado...Vivemos num mundo louco controlado por aquele "que não tem nome"...

João Hall Themido disse...

Aristides de Sousa Mendes é um "mito criado por judeus"

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/aristides-de-sousa-mendes-e-um-mito-criado-por-judeus=f440770

Anónimo disse...

Após uma famigerada data, surgiram alguns pseudos (ignorantes), ditos historiadores, revelando alguma desonestidade moral e intelectual, com interesses pouco claros, inventando mitos que (coitados) nunca passaram de funcionarios mediocres e possuidores de um humanismo muito duvidoso.
Pobre País e pobre Povo que se vê obrigado a conviver neste lodoso pantanal.

Cumprimentos,
Constantino Costa

Anónimo disse...

Li os comentários e fico perplexo com a necessidade sentida pelos seus autores em atacar o Embaixador Carlos Fernandes, como se ele, com a provecta idade de 90 anos tivesse obrigatoriamente de escrever um bom livro. Concordo, por que o li, que o livro é repetitivo e maçudo. Pareceu-me também perceber alguma vontade de ser elegante e não castigar excessivamente o cônsul Sousa Mendes (porque será que o não tratam por "do Amaral e Abranches" que era o apelido principal do homem?), mas pergunto eu: - qual é o objectivo central de todo este tema? Não é desmitificar o mito que judeus e seus comparsas maçónicos criaram, ou atacar um senhor de 90 anos que deu um testemunho importante nesse desmontar do mito, pelo facto de o ter conhecido pessoalmente e ter vivido nesse tempo? Há confusão a mais nestes comentários, que afinal concordam no que é essencial... Sente-se sim uma vontade enorme de mostrar sabedoria, de alardear as vantagens de de ser mais novo e ter por isso alguma soberba no ataque ao idoso embaixador. Haja complacência !!!