Os católicos-liberais


Embora os filhos do século sejam mais hábeis que os filhos da luz, seus ardis e suas violências teriam, sem dúvida, menor êxito se um grande número, entre aqueles que se intitulam católicos, não lhes entendesse mão amiga. Sim, infelizmente, há os que parecem querer caminhar de acordo com os nossos inimigos, e se esforçam por estabelecer uma aliança entre a luz e as trevas, um acordo entre a justiça e a iniquidade por meio dessas doutrinas que se chamam católico-liberais, as quais, apoiando-se sobre os mais perniciosos princípios, adulam o poder civil quando ele invade as coisas espirituais, e impulsionam as almas ao respeito, ou ao menos à tolerância das leis mais iníquas. Como se absolutamente não estivesse escrito que ninguém pode servir a dois senhores. São eles muito mais perigosos certamente e mais funestos do que os inimigos declarados, não só porque lhes secundam os esforços, talvez sem o perceberem, como também porque, mantendo-se no extremo limite das opiniões condenadas, tomam uma aparência de integridade e de doutrina irrepreensível, aliciando os imprudentes amigos de conciliações e enganando as pessoas honestas, que se revoltariam contra um erro declarado. Por isso, eles dividem os espíritos, rasgam a unidade e enfraquecem as forças que seria necessário reunir contra o inimigo.

Papa Pio IX in «Carta ao Círculo Santo Ambrósio de Milão», 6 de Março de 1873.

1 comentário:

Unknown disse...

É por isso que os católicos não são muitos. Muitos só o são de boca para fora.