As culpas da Grande Guerra


Aquela civilização material, que sem Deus quisera resolver o problema da vida, vai sendo destruída por culpa do seu orgulho; as facilidades da vida restringem-se, prepara-se a crise profunda do Após-Guerra; numa pavorosa catástrofe final antevê-se a falência económica e financeira dos Estados. E até o renascimento moral das trincheiras por momentos nos parece anulado por esta desmoralização crescente no mundo dos parvenus que a guerra enriqueceu, dos novos-ricos, desligados de toda a moralidade, de todo o espírito nacional.
Esta guerra não é a guerra antiga, a guerra mínima, a guerra normal, que o nosso militarismo prevê e aceita; é a guerra total, no espaço e na variedade e na imoralidade dos recursos, a Guerra Universal, tão absurda e nociva à Civilização...
Onde reside, perante a História Universal, a responsabilidade desta hecatombe geral, onde residem as culpas da Grande Guerra?
Nesse complexo de desequilíbrios sociais que cabem nas designações gerais de Revolução, Democracia, Individualismo, Liberalismo, Protestantismo, Maçonaria.
É bem esta guerra uma guerra de Princípios, no sentido de que foi causada por princípios falsos; o erro democrático no seu tríplice aspecto, político, económico e religioso, foi o grande assassino.

José Pequito Rebelo in jornal «Monarquia», Outubro de 1917.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Nesse complexo de desequilíbrios sociais que cabem nas designações gerais de Revolução, Democracia, Individualismo, Liberalismo, Protestantismo, Maçonaria."

Explica tudo.

Eduardo