Cruzada do Sangue


Repudiastes o Liberalismo. Continuai. Eliminai toda a espécie de cesarismo, mesmo proletário, que não é ainda senão a velada máscara do Liberalismo. No lugar dos conceitos metafísicos, colocai as realidades. Defendei-vos da tirania do Estado; não aceiteis a sua tutela, embora ela vos apareça mais conforme à vossa preguiça. Tratai dos vossos interesses por vossas mãos. Retomai as liberdades que 89 vos roubou, tornai a juntar-vos nas vossas profissões, bani os bons apóstolos que imploram os vossos sufrágios e vão exercer longe de vós um mandato cuja natureza difere totalmente dos vossos interesses. Antes disso, porém, estabelecei garantias do lado do Estado. Exigi-o forte nas suas prerrogativas limitadas. Entregai-o em mãos responsáveis. Defendei-vos dos plutocratas que vos curvariam sob a inflexível lei das suas riquezas e, para vos proteger do oiro, fazei a cruzada do sangue. A eleição está à mercê do oiro, o vosso sangue só a hereditariedade o manterá.
Quando tiverdes um Chefe hereditário, indiferente às flutuações da fortuna errante, estareis garantidos contra aquilo que chamais «o capital», e que é a tirania dos poderes do dinheiro, sempre estranhos aos vossos interesses e às vossas aspirações...

Marcel Azaïs in «A Revolução da Ordem» de João Ameal.

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