Crucificado sobre um alto cerro,
com moiros a jogar-lhe a roupa aos dados,
eis Portugal pagando o antigo erro,
eis Portugal penando os seus pecados.
Insultam-no de baixo com aferro
esses a quem o insulto fez medrados.
Hora de expiação. Um ar de enterro
tingiu de treva os longes carregados.
E exclama Portugal: – «Senhor! Senhor!
A mim, alcaide-mor da Cristandade,
assim me abandonaste na agonia!»
António Sardinha in «Pequena Casa Lusitana».
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