Conclua-se.
1.º – Deve-se obediência à
Autoridade ou ao Poder – mas à Autoridade legítima ou ao Poder legítimo.
2.º – Todo o Poder vem de
Deus – mas subentenda-se o Poder legítimo, o que é verdadeiramente theou diákonós.
3.º – Os homens inventaram
um princípio oposto a este – e segundo o qual, todo o Poder reside na multidão
nacional.
4.º – Estes dois
princípios antagónicos deram duas formas de governo antagónicas:
respectivamente a Monarquia e a República: a Monarquia é-o, pela graça de Deus;
a República, pela vontade soberana do Povo.
5.º – Sobre as excelências
ou virtudes da Monarquia, e sobre os malefícios ou vícios da República, nunca a
Igreja, como a Igreja, se manifestou directamente, nem tinha que se manifestar.
6.º – Mas mantendo o
princípio da origem divina do Poder e do seu destino legítimo, colocou-nos no
caminho da solução do problema.
7.º – Por outro lado, se a
Igreja se não pronunciou, pronunciaram-se, na Igreja, vozes oportunas e
autorizadas, proclamando que a Realeza era o melhor (praestantior) de todos os governos, e que o Sufrágio universal
era chaga destruidora da ordem social.
8.º
– Porque parte dum princípio que exclui a origem divina do Poder, e porque tem
como base essencial e seu animador integral, o Sufrágio universal, cuja
destruição merece a bênção dum Pontífice – e dos maiores da Igreja –, não é
possível encontrar-se ou defender-se a compatibilidade da Igreja com a República.
Alfredo Pimenta in «A Igreja e os Regimes Políticos», 1942.
1 comentário:
Pois claro!!!
Enviar um comentário