Paulo VI e Salazar |
Os nossos bispos estão a desaparecer. Têm quase todos setenta anos, ou perto. Quando desaparecerem, ficam os novos padres, os progressistas, sem disciplina, e desenvolvendo aquela actividade caótica e sem freio que é própria de todo aquele que de repente se sente solto da disciplina a que estava submetido. Vai ser uma tragédia. Estamos como no tempo das lutas entre o Império e o Papado. [19 de Julho de 1965]
Eu não os compreendo. Eu não sei compreendê-los. Monsenhor Rotoli, da Nunciatura, tem razão quando diz que eu não tenho sensibilidade católica. Quer ele dizer que as minhas ideias não são as da maioria de hoje. É verdade. E no entanto nunca na História de Portugal alguém fez pela Igreja mais do que eu. Desde os tempos de D. Pedro I, de D. João V, etc., fui eu quem mais tem protegido e ajudado a Igreja. Mas não me importo. Enquanto não se meterem comigo, não me importo. [12 de Dezembro de 1965]
António de Oliveira Salazar, citado por Franco Nogueira in «Um Político Confessa-se», 1986.
3 comentários:
A propósito das transformações litúrgicas e doutrinárias do Concílio Vaticano II, Salazar terá dito: "francamente não gostei da transformação conciliar operada" (Franco Nogueira, «Salazar: O último combate»).
Evidentemente...os novos bispos de que se falava, são os actuais!...uma vergonha!...Mas não vale a pena falar, não temos de convencer ninguém, temos a consciência patriótica, o que é preciso é agir!...
Ao ler, lembrei-me de alguém que dizia algo assim:
- Era seminarista, calou-se, e chegou a padre;
- Era padre, calou-se, e chegou a Bispo;
- Era Bispo, calou-se e chegou a Cardeal;
- Era Cardeal, calou-se, e chegou a Papa.
- Assim se alastrou a apostasia geral, por conveniências, hierarquismos, protocolos, e evitar desagrados... e quando se chega ao topo, e se pensa em finalmente corrigir o mal, nem se tem a experiência nem a coragem, a graça para tal foi muitas vezes perdida, e é a situação agora muito maior do que sempre fôra.
Enviar um comentário