A prosperidade material cegou os homens: eles só viam as estradas, os caminhos-de-ferro, as empresas, as fábricas. Deslumbrados pelo desenvolvimento material do País, eles não reparavam em que a Disciplina ia enfraquecendo, em que a Autoridade se ia desprestigiando, em que a Religião se ia entibiando, em que o respeito ia desaparecendo. Eles só viam portos, caminhos-de-ferro, estradas, fábricas, e não reparavam, na falência progressiva do nosso Património moral e cultural. Eles esqueciam que nem só de pão vive o homem, que nem só de riqueza material que vivem as Nações. Essa concepção materialista que já tenho ouvido muitas vezes na boca dos defensores do Liberalismo é um dos piores sintomas que a deficiência intelectual e a desorientação cultural nos podem oferecer.
Um regime político não se avalia só pelo bem-estar material que proporciona ou facilita ou permite a um Povo – porque nem os indivíduos nem os Povos vieram a este mundo, exclusivamente para os bens materiais.
Alfredo Pimenta in «Nas Vésperas do Estado Novo», 1937.
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