Harry Truman e os Estados Unidos da Europa

Harry Truman

Ainda em plena guerra, um amigo meu que foi de visita aos Estados Unidos, e por lá andou cerca de dois meses, e conversou com este e com aquele, regressou com a seguinte impressão: os Estados Unidos consideram-se portadores de uma nova civilização; entendem que a civilização faliu ou está em coma; pensam que nós não sabemos viver, nem organizar a vida; em consequência do que têm o propósito de transformar a Europa, estruturando-a à sua maneira.
Não se enganava o meu amigo e foi bom observador.
Porque aqui está diante de mim, nas páginas de Le Monde, a confirmação das suas impressões.
O Sr. George Creel, director dos serviços de informação americanos durante a guerra de 1914, é da intimidade do actual Presidente dos Estados Unidos, e «pode ser considerado o reflexo fiel das ideias» do Sr. Truman.
Deu ele ao jornal francês um artigo que se intitula: «Un projet du Président Truman», e tem como subtítulo esta expressão que me causa calafrios: «Les États Unis d'Europe».
Nesse artigo, depois de anunciar ser possível que esteja em preparação uma política americana mais nítida e mais construtiva em relação à Europa, avisa: «Não é segredo para ninguém que o Presidente Truman encara favoravelmente a possibilidade de criar os Estados Unidos da Europa». Assim mesmo: «Ce n'est pas un secret pour personne que le Président Truman envisage favorablement la possibilité de créer les États-Unis d'Europe».
Acrescenta que o problema está a estudar-se, mas que a ideia fundamental se percebe já com clareza.
Para o Sr. Truman, trata-se de «criar uma federação dos Estados europeus, baseada numa coordenação económica e política que fará sair do caos a ordem, e formará a esperança de ver reinar no futuro a estabilidade, a paz e a prosperidade. Sem ser a réplica exacta dos Estados Unidos, essa federação deveria em todo o caso possuir uma moeda alfandegária, uma comunidade de todos os recursos naturais da Europa e a utilização comum de todas as vias navegáveis».
O projecto tem precedentes; e o mais moderno apresentou-o o Sr. Churchill em 22 de Março de 1943, quando propôs a constituição de um «Conselho Europeu» e de um «Tribunal Supremo» para julgar conflitos e dotado de poderes bastantes para fazer cumprir as suas decisões e evitar novas agressões e a preparação de novas guerras.
Nos meios diplomáticos americanos, pretende-se uma união mais apertada e limitada à Europa propriamente dita. Quer dizer: ficarão fora da Federação a Rússia e a Inglaterra, cuja amizade mútua é tida por indispensável à criação e bom resultado da Federação europeia.
Esta ficaria na «impossibilidade de alimentar ambições imperialistas ou desencadear guerras agressivas, porque os seus recursos militares se limitariam estritamente à defensiva; e, para tranquilizar a Rússia, que teme a formação de um bloco ocidental hostil, a nova Federação poderia declarar o Fascismo fora da lei e oferecer garantias de estrita neutralidade».
Com tal projecto, que tem em vista o Sr. Truman? Em primeiro lugar, evitar que a Rússia tenha preocupações em relação às suas fronteiras ocidentais e que a Inglaterra se distraia da solução dos problemas complicados do seu Império; em segundo lugar, poupar os Estados Unidos às aventuras para que são arrebatados – em consequência de um sistema que dura há dezenas de séculos e transformou a Europa numa «torre de Babel» ou «asilo de alienados».
Numa palavra: o Sr. Truman, Presidente dos Estados Unidos da América, declara guerra às Nações europeias, à sua independência, à sua soberania, à sua auto-determinação, à sua liberdade. Constituem elas para o Presidente da América uma torre de Babel, ou asilo de alienados! E então quer federar-nos, sujeitar-nos a uma direcção comum, a uma fiscalização superior, ao poder supremo de uma entidade que disponha dos nossos destinos, pondo termo à nossa História.
Em nome de quê e em nome de quem?
Se nós, europeus, somos Torre de Babel ou asilo de alienados – há dois mil anos que o somos, e isso não impediu que realizássemos a obra profunda e de projecção incomensurável que o mundo até há pouco tempo podia contemplar. Se a existência de nacionalidades independentes caracteriza o babelismo desta Torre e o alienismo deste Asilo, que tem o Sr. Truman com isso? Que nós tenhamos de prestar contas a Deus do uso que fazemos da nossa vida – não se discute, ninguém o põe em dúvida. Mas é a Deus. Não me consta que o Sr. Truman seja Deus. Queixa-se o Presidente dos Estados Unidos de que o seu país é arrastado para as guerras da Europa. É arrastado?! Quem o arrasta? Toda a gente sabe que há e sempre houve na América duas correntes: a isolacionista e a intervencionista. Se os Estados Unidos entram nas guerras da Europa, queixem-se dos intervencionistas, dos Wilsones, dos Rooseveltes, etc.
Se somos asilo de alienados – a culpa não cabe à existência de nações independentes – todas elas solidárias, aliás, na mesma obra de Civilização e Cultura. Todos nós, uns mais, outros menos, uns por aqui, outros por ali, todos nós descobrimos terras e levámos o sinal da Cruz até aos confins do mundo, erguemos catedrais e castelos, criámos as colunas gregas e os pórticos romanos, as agulhas góticas e a Renascença, eternizámos em Glória e Beleza a vida.
Deixem-nos em sossego viver a vida que entendermos, porque nós também não vamos à América sujeitá-la às nossa concepções éticas ou políticas, dominar ou dirigir o seu expansionismo ou a sua força.
Pela minha Pátria falo, e, pensando nela, ergo o meu protesto, que se perderá no vozear confuso das turbas dementadas, mas documentará uma atitude. Portugal, nascido no século XII, atravessou estes oito séculos concorrendo como nenhuma outra Nação para o esforço civilizador do mundo. Ele não compreende, nem poderá compreender, que o integrem numa federação que o absorverá, o reduzirá ao anonimato infecundo, lhe levará o seu Império Ultramarino e porá um ponto final repugnante e hediondo à sua História grandiosa pelo sacrifício e pela projecção. Portugal não compreende, nem poderá compreender, limitações à sua soberania, embaraços à sua independência, seja qual for a máscara que se adopte para a encobrir.

Alfredo Pimenta
2 de Março de 1946

4 comentários:

Thor disse...

e além do mais era judeu e tudo.
o nome dele era Harry Solomon (Salomão) Truman.
http://elitistdeception.blogspot.pt/2008/01/harry-solomon-truman.html

nem há palavras para descrever esse traste miserável. duas bombas atómicas no Japão e ameaça de uma terceira em Tóquio. esteve envolvido no tal projecto da UE, muito embora o esboço já viesse do Kalergi nos anos 20...esteve envolvido na criação de israel (pai de israel) e foi o primeiro "estadista" a reconhecer esse enclave criminoso. foi cúmplice também do plano Morgenthau, da liquidação da Alemanha e do extermínio de milhões de Alemães em campos de morte (por Eisenhower). sem esquecer a guerra da Coreia (1950-53), operação Keelhaul e muitas outras coisas, como fundação da NATO, co-fundação da ONU....

e ainda suborno, assassinatos, entrega de material e planos nucleares a israel, etc, etc
http://smoloko.com/wp-content/uploads/TrumanJewsIsraelMeme.jpg
http://smoloko.com/wp-content/uploads/forrestalMeme.jpg
http://smoloko.com/wp-content/uploads/PresidentTrumanIsrael2meme.jpg

um monstro inconcebível, tal a lista hedionda de crimes de guerra e outros crimes.
o sucessor e o antecessor não foram muito melhores, mas esta criatura não era humana.

Maria disse...

Citando o grande Comandante Jacques Cousteau, numa frase cheia de sabedoria "o pior que Colombo fez foi ter descoberto a América".
A prova provada está neste brilhante testemunho de A.Pimenta que, com tantos anos de antecedência, traçou premonitoriamente as consequências gravíssimas do que, a longo prazo, poderia vir a acontecer aos Povos e Nações Europeias com a construção dos futuros Estados Unidos da Europa ou mais concretamente das URSE/URCE - união das repúblicas socialistas/comunistas europeias - que a pouco e pouco têm vindo a ser privadas das suas Independência, Soberania e Liberdade, capturadas que foram por uma teia
hàbilmente tecida e sàbiamente manobrada, da qual muito difìcilmente conseguirão livrar-se. Se é que algum dia isso irá verificar-se.

Quanto ao criminoso Truman, foi um maiores, senão o maior, assassino de Povos e de Nações. E assim ficará conhecido na História.
Maria

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

"... para tranquilizar a Rússia," ... a Rússia ou o Comunismo?! Quanta desonestidade, "augusto" maçom! Na verdade, isso é a regra.

UE = URSS 2:
https://askatasunaren.blogspot.com.br/2015/11/urss-2.html

Colombo, outro sanguinário do "povo eleito", não descobriu a América, foram os vikings. O problema não foi ter chegado à América propriamente, mas ter feito o que fez. Pizarro também dizem ser, se não era, trouxe aos milhares e todos sabemos que fizeram, mas a fama cabe somente aos cristãos-velhos:
https://books.google.com.br/books?id=RdT1r60f-eAC&pg=PA424&lpg=PA424&dq=Francisco+Pizarro+was+jew&source=bl&ots=Mz2Koc0rii&sig=V_-lG-s04CL2wMi5H7Frku6iA1Q&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiylKfl08vNAhXHgJAKHQtjB2c4ChDoAQg3MAM#v=onepage&q=Francisco%20Pizarro%20was%20jew&f=false

O primeiro escravo negro comprado nos EUA tinha como seu dono um outro negro. Os negros em África vendiam seus irmãos em troca de cachaça até. Zumbi do Palmares, herói negro no Brasil, saqueava e sequestrava negros de fazendas e engenhos para te-los como escravos para si e não para libertá-los como diz a propaganda marxidemocrata.

Numa rápida análise, temos a impressão que os brancos europeus foram muito mais escravizados que os negros. Segue um raro filme onde mostra isso: https://www.youtube.com/watch?v=E14F7l8u7C0 (Aos 4:30 aparece um "fenício" muito suspeito a extorquir um europeu.)

https://www.youtube.com/watch?v=vQohDV4wun8

Fazer filmes assim baseados na realidade, em fatos, são proibidos pela democracia. Temos ainda os falsos turcos islâmicos que atormentavam as regiões da Romênia e Hungria atuais. Sequestravam crianças, bebês e mulheres europeias para os fins mais inconfessáveis. E nada de fazer filmes realmente "baseados em fatos verídicos".

Sobre os escravos brancos:
https://desatracado.blogspot.com.br/2015/09/os-escravos-brancos.html

http://gladio.blogspot.com.br/2011/02/sobre-escravatura-branca-uma-historia.html

http://desatracado.blogspot.com.br/2014/09/0-termo-cafetao-deriva-de-caftan-o.html

https://desatracado.blogspot.com.br/2013/10/as-polacas-vergonhoso-passado-judeu.html

https://desatracado.blogspot.com.br/2014/06/prostituidas-pela-mafia-judaica.html

"A história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi, e contra o que foi, anuncia o que será."
Eduardo Hughes Galeano (Montevidéu, 3 de setembro de 1940 – Montevidéu, 13 de abril de 2015) foi um jornalista e escritor uruguaio.

"O historiador é o profeta que olha para trás."
Christian Johann Heinrich Heine (Düsseldorf, 13 de dezembro de 1797 — Paris, 17 de fevereiro de 1856) foi um poeta romântico alemão.

"Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado."
Eric Arthur Blair (Motihari, 25 de junho de 1903 – Londres, 21 de janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudônimo George Orwell, foi um escritor e jornalista inglês.

Quem ignora o passado, está sujeito a ser enforcado por ele em algum momento.

Cobalto