O fascismo tem origem no marxismo?


Ao contrário do que afirma o jornalista e romancista, José Rodrigues dos Santos, o Fascismo italiano não tem origem no Marxismo. As provas são inúmeras, mas basta apenas uma para refutar a tese. Eis, por exemplo, a perspectiva fascista sobre a luta de classes (questão central do Marxismo):
Colaboração das classes – ponto fundamental do sindicalismo fascista. O capital e o trabalho não são dois termos antagónicos; são dois termos complementares.
Benito Mussolini in revista «Gerarchia», n° 5, Maio de 1925.
Toda a dialéctica marxista é baseada no princípio de que a história da Humanidade consiste na história da luta de classes. Ora o Fascismo rejeita a luta de classes, à qual contrapõe a colaboração de classes. Por isso, Fascismo e Marxismo são, na teoria e na prática, díspares.

4 comentários:

VERITATIS disse...

Uma coisa é dizer que o fascismo tem raízes marxistas, outra coisa é dizer que alguns fascistas tiveram um passado marxista.

Thor disse...

o JRS tem parcialmente razão.
o fascismo tem raízes parcialmente "marxistas" ou melhor dizendo, esquerdistas.
isso não significa que o fascismo depois não tenha evoluído independentemente e incorporado outros conceitos para formar uma Terceira Via nacionalista.

VERITATIS disse...

O facto de Mussolini ter militado no Partido Socialista Italiano entre 1912 e 1919, não faz do fascismo um produto marxista. Pelo contrário, quem já leu "A Doutrina do Fascismo" sabe que no opúsculo se nega categoricamente o marxismo.

Daniel Gonçalves disse...

Se o jornalista tivesse dito que “O Fascismo tem origem no Socialismo” estaria, a nível das ideias, correcto.
Como o José Rodrigues dos Santos não tem formação académica em Filosofia/História pensa, erradamente, que todo o Socialismo é marxista, mas não, existe Socialismo que não é marxista e que lhe é prévio. Karl Marx para distinguir as teorias dizia que o Socialismo dele era “científico” enquanto o dos outros era “utópico”.
Que o Fascismo italiano tem raízes socialistas é indiscutível, acrescentou-lhe foi a essência nacionalista, assim como o Nacional-Socialismo alemão. Vários pensadores, sendo o mais mediático Ernest Nolte, assinalaram esse cunho socialista do Fascismo.
Obviamente que os fascistas italianos não acreditavam na “luta de classes”, nem no “materialismo histórico”, nem na “práxis” marxista, nem no “rendimento decrescente do capital”, e noutras ideias vindas do marxismo, mas tinham outras concepções herdadas do Socialismo.