Desde 1925 – há vinte e quatro anos portanto, pelo menos, que eu ando incansavelmente a ensinar que a política da Cúria Romana entrara no caminho do erro. O último Papa eminente que viu o problema foi Pio X. A política de Pio XI foi a mais desastrada que se podia conceber. A sua atitude para com a Action Française, um desatino; a Acção Católica, um perigo fatal; a sua guerra ao Fascismo, um jogo ilógico. Esta política que o seu sucessor agravou, conduziu a Igreja a subserviências perante a Democracia que a transformaram em escrava dos mais tenebrosos inimigos de Deus.
Alfredo Pimenta in «Três Verdades Vencidas: Deus, Pátria, Rei», 1949.
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É digno de nota que esta opinião de Alfredo Pimenta coincide grandemente com a opinião de Mons. Marcel Lefebvre. No entanto, importa também não esquecer que o primeiro acidente político da Santa Sé ocorreu no pontificado de Leão XIII, com o famoso Ralliement.
1 comentário:
Alfredo Pimenta foi autenticamente um dos pouquíssimos católicos integrais, se não mesmo o único, que Portugal teve (lamentavelmente, cometeu o grande erro de se ter alinhado com a Alemanha hitleriana durante a II Guerra Mundial, o que prova que mesmo os homens mais inteligentes por vezes têm atitudes menos inteligentes). Sem prejuízo, são de leitura imprescindível as polémicas que travou contra o Bispo de Bragança, ainda durante a I República (contra o "ralliement", que também ocorreu em Portugal e que Pimenta criticou veementemente), e outrossim contra o jornal oficioso católico "Novidades" (exemplo acabado de um certo espírito farisaico que elevava - e eleva - a obediência religiosa a um fim em si mesma). Com trinta/quarenta anos de avanço, como é próprio de um espírito brilhante, Pimenta apercebeu-se perfeitamente da infiltração e da invasão da Igreja Católica - mesmo ou sobretudo em Portugal - pela heresia progressista, e denunciou de viva voz esse facto. De facto, foi uma perda irreparável Pimenta ter desaparecido logo em 1950, completamente agastado por todos os dissabores que vida lhe acarretou. Podemos imaginar, se porventura tivesse vivido mais cerca de vinte anos, a oposição e a resistência formidáveis que teria movido à malta do progressismo dito católico (clero e leigos) e às deformações do Concílio Vaticano II - é legítimo até supor que as coisas em Portugal, no campo de oposição católica tradicionalista, tivessem seguido um curso completamente diverso...
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