Por essas e por outras é que sempre aconselho aos jovens intelectuais a prática de trabalhos manuais. Aprendam a consertar torneiras, a descobrir curto-circuitos e assim terão um exercício de docilidade ao real. Não é só com a cabeça que o homem pensa, é também com as mãos. É preciso nunca ter mudado um fusível, ou nunca ter pregado um botão nas calças, para chegar ao irrealismo profundo dos "intelectuais" que trazem os seus brilhantes talentos para pronunciamentos que deveriam versar sobre coisas simples, como o pão e a água, e por excesso de categorias mentais, deixam de ver o elefante, o piano e outras coisas mais volumosas.
Gustavo Corção in jornal «O Globo», 29 de Agosto de 1970.
3 comentários:
BRAVO
Excelente reflexão! Ou posto de uma forma simples: é preciso pôr as mãos na massa de vez em quando, rapazes!
Sábios são os quem em poucas palavras mostram a verdade.
A cabeça é para pensar. As mãos para trabalhar. A nossa vida constrói-se com a junção das duas faculdades que Deus nos deu.
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