Já citei aquele pensamento salutar: não se é obrigado a vencer; mas toda a gente é obrigada a lutar.
Neste, como noutros campos, lutarei, sozinho, sem esperanças de ser ouvido; já estou habituado ao silêncio – ou a minha doença me não tivesse ensinado a conformar-me com o silêncio...
Lutarei, pois, sozinho, sem esperanças de ver os meus esforços serem secundados.
Já um dia me chamaram, com envenenada má-fé, «defensor de causas perdidas».
Admirável coisa esta de defender causas vencidas, homens vencidos, sobre que as vagas alterosas da Vitória passam, altaneiras e invencíveis! Com essa defesa, não se colhem bens, nem louros; colhem-se antes desgostos e lágrimas. Mas fica-nos a consciência tão límpida como a água que brota de rocha virgem...
Alfredo Pimenta in «Três Verdades Vencidas: Deus, Pátria, Rei», 1949.
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