Na sequência da falácia do espantalho parece útil apresentar outras; quem sabe uma pequena colecção delas. Estas falácias são muito usadas, mas pouco conhecidas como tal.
A "falácia do envenenamento do poço" é o errado recurso retórico que consiste na comunicação adversa (ou condicionante) a respeito de pessoa-alvo (declarada ou encoberta), de forma a descredibilizar ou ridicularizar a(s) intervenção(ões) que esta pessoa-alvo venha a fazer. Assim, por meio de falácias, e perante o público, coloca-se a pessoa-alvo limitada na sua apresentação, ou mesmo impossibilitada de intervir. É uma variante do argumento ad hominem.
Esquema:
– Pessoa A comunica ao público mentiras ou verdades prejudiciais a Pessoa B (ou a pessoa incógnita).
– Pessoa B ao falar ao público é identificada como a pessoa incógnita, ou mesmo como a Pessoa B.
– Pessoa B fica vista com descrédito, e qualquer afirmação que faça será apenas vista no quadro de descredibilidade que lhe tinha sido previamente preparado por Pessoa A.
Quem usa este tipo de falácia espera que a informação prejudicial contamine os ouvintes, de modo que, quanto mais a pessoa-alvo afirme, mais se agrava. Como sabemos, a mera apresentação de informações negativas sobre alguém (mesmo que sejam verídicas) não têm poder para tornar uma declaração falsa, nem um testemunho inválido. Qualquer declaração ou testemunho tem o seu valor objectivo, que não depende da pessoa que pronuncia.
2 comentários:
Não entendi o esquema. Mas o assunto parece bem e muito oportuno; vai na linha daquilo que já antes se tinha publicado etc..
Mas pode aclarar o esquema, sff.?
Obrigado.
Pedro Oliveira,
Corrigi algumas gralhas e fiz ligeiras alterações. Espero que agora esteja mais perceptível.
Obrigado. E volte sempre!
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