Não foram os Papas que cometeram um erro histórico, ou que estavam prisioneiros de circunstâncias históricas, mas são estes teólogos que estão imbuídos do preconceito historicista, apesar daquilo que possam dizer. Basta-nos ler as referências históricas que trazem Roger Aubert e John Courtney Murray sobre a liberdade religiosa, para comprovar que eles revêem sistematicamente os ensinamentos do Magistério dos Papas do século XIX, segundo um princípio que se pode expressar assim: "Todo o enunciado doutrinal é estritamente relativo ao seu contexto histórico, de tal modo que, mudado o contexto, a doutrina pode mudar".
Não será necessário dizer o quanto este relativismo e este evolucionismo doutrinal é contrário à estabilidade da Rocha de Pedro no meio das flutuações humanas, e o quão contrário é à Verdade imutável que é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Estes teólogos, de facto, não são teólogos, nem bons historiadores, pois não têm qualquer noção da Verdade ou de uma doutrina permanente da Igreja, principalmente em matéria social e política; extraviam-se na sua erudição e são prisioneiros dos seus próprios sistemas de interpretação; são pensadores cheios de ideias, mas não são bons pensadores. Razão teve Pio XII ao condenar a sua teologia cambiante, sob o nome de Historicismo:
A isto se soma um falso historicismo que, aferrando-se unicamente aos acontecimentos da vida humana, subverte os fundamentos de toda a Verdade e de toda a Lei Absoluta, tanto no que se refere à filosofia como no que se refere aos dogmas cristãos. (Encíclica «Humani Generis»)
Mons. Marcel Lefebvre in «Do Liberalismo à Apostasia: A Tragédia Conciliar», 1987.
1 comentário:
Anda por aí uma alma muito misseira, mui "tradicionalista", que no ano passado lhe dizia que a Verdade é fundamental, não é só a difusão daquilo que agora chamam "forma extraordinária". Ele responde mais ou menos isto: "ahhh ... pois, a verdade! Eu até gosto da verdade... também!" ... O tom foi de tal maneira, que disse o que disse com tanta surpresa e ignorância daquilo, que o valor do que disse se ficou por um esforço de simpatia.
Disto não havia antes... agora é moda. Quem não acha venha aqui dizer o motivo!
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