Quem ama a verdade detesta o erro. Isto está tão próximo da ingenuidade como do paradoxo. Mas essa detestação do erro é a pedra de toque à qual se reconhece o amor à verdade. Se você não ama a verdade, pode até certo ponto dizer que a ama e até mesmo fazer crer que sim: mas tenha a certeza de que nesse caso não terá horror pelo que é falso, e por esse sinal se reconhecerá que não ama a verdade.
Quando um homem, que amava a verdade, cessa de amá-la, não começa por declarar a sua defecção, começa por detestar menos o erro. É aqui que ele se trai.
As secretas complacências formam uma das partes mais ignoradas da história do mundo.
Quando um homem perde o amor pela doutrina, boa ou má, que professou, ele geralmente mantém o símbolo dessa doutrina: somente sente morrer em si toda a aversão pelas doutrinas contrárias.
Ernest Hello in «L'Homme», 1872.
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