Todo o Inferno está nestas palavras de Jesus Cristo: «Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno».
1º O Inferno é a separação, a perda de Deus. «Afasta-te de Mim, pecador». É assim que Deus repele para longe de Si a alma pecadora. É a perda de Deus, a perda da suma beleza, da suma bondade, do sumo bem. Enquanto a nossa alma estiver presa no cárcere da carne, não poderá nunca compreender a imensidade desta desgraça que, na frase dos santos, constitui o inferno dos infernos.
2º O Inferno é a maldição de Deus. «Afasta-te, pecador maldito». A maldição eficaz de um Deus todo-poderoso. Se é terrível a maldição de um pai, de uma mãe, que será a maldição de Deus? Pecador maldito, maldito no corpo, maldito na alma. Olhos, língua, mãos, pés, inteligência, coração, vontade, tudo é maldito, porque tudo serviu de instrumento ao pecado.
3º O Inferno é o fogo. «Afasta-te de Mim, pecador maldito, para o fogo». Quando os profetas falam do Inferno, logo se lhes apresenta à imaginação o mar, o mar sem limites e sem fundo, e os condenados, nadando e mergulhando neste abismo de fogo. O fogo os envolve, penetra-os, circula em suas veias, insinua-se até à medula dos ossos.
4º O Inferno é a eternidade. «Afasta-te, pecador maldito, para o fogo eterno». A eternidade... quem pode compreendê-la! É um tempo que não acaba. Mil anos, milhões de anos, mil milhões de anos. Contai as gotas de água do oceano, os grãos de areia das praias, as folhas das árvores... a eternidade tem mais anos, mais séculos. Sempre! Nunca! Sempre queimar, sempre sofrer! Nunca o menor alívio, a menor esperança!
Se os condenados que estão no Inferno pudessem voltar à Terra, que fariam? Procurariam outra vez a ocasião do pecado, as danças, os espectáculos, as tabernas, as casas de perdição? Não! Correriam para a igreja, ao pé do altar do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora, ao pé do confessor principalmente, para alcançar o perdão dos seus pecados. O que os condenados não podem mais, vós o podeis. Não estais no Inferno, mas talvez estejais no caminho do Inferno. Quanto antes, voltai para trás; talvez amanhã seja tarde.
Pe. Guilherme Vaessen in «O Pequeno Missionário», 1953.
Sem comentários:
Enviar um comentário