Actualmente gostam de dizer que a verdade faz o seu caminho somente com a sua força intrínseca, e que para ela triunfar não necessita da protecção intempestiva e molesta do Estado e das suas leis. Se o Estado favorece a verdade, grita-se logo à injustiça, como se a justiça consistisse em manter equilibrada a balança entre o verdadeiro e o falso, entre a virtude e o vício... Errado! A justiça primeira consiste em favorecer o acesso das inteligências à verdade e preservá-las do erro. É também a caridade primeira: veritatem facientes in caritate. Na caridade façamos a verdade. O equilíbrio entre todas as opiniões, a tolerância de todos os comportamentos, o pluralismo moral ou religioso, são as características de uma sociedade em decomposição, que é a sociedade liberal pretendida pela maçonaria. Ora, foi contra o estabelecimento de uma tal sociedade que os Papas que citamos reagiram sem cessar, afirmando o contrário, que o Estado, o Estado católico em primeiro lugar, não tem o direito de dar tais liberdades, como a liberdade religiosa, a liberdade de imprensa ou a liberdade de ensino.
D. Marcel Lefebvre in «Do Liberalismo à Apostasia: A Tragédia Conciliar», 1987.
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