A Moral tem de preceder a Política


A imoralidade frustrou esta regeneração, e se Deus não prometesse que nunca mais afogaria os homens, seriam tantos os dilúvios, como as tempestades; porque a Liberdade de que tanto se vangloria o ser humano, só lhe serve de pasto e de estímulo para aniquilar-se.

É portanto muito dificultosa uma regeneração política, não sendo precedida de uma regeneração moral, sustentada pela força, que é o que significa o auxílio de braço secular prometido à Igreja: não se ofende a liberdade quando se obriga o homem a fazer o que deve: este direito é o de Pai de famílias no estado primitivo, e bem se sabe que os sacrifícios eram os mesmos enquanto ao objecto, ou fossem bons, ou fossem maus os sacrificadores, donde se infere o poder paterno na direcção do culto ao Autor da Natureza.

Pe. José Agostinho de Macedo in jornal «O Escudo», Nº 1, 1823.

7 comentários:

Genário Silva disse...

"...a Liberdade de que tanto se vangloria o ser humano, só lhe serve de pasto e de estímulo para aniquilar-se."

Perfeito.

Anónimo disse...

4 legitimidades:
-moral;
- étnica;
- Q.I;
-Capacidade de Liderança.

Concorda veritatis?

VERITATIS disse...

Anónimo,

Concordo com o quê, concretamente?

Anónimo disse...

Qualidades que tornam um Soberano/Governante/Político legitimo.

VERITATIS disse...

Mas isso não serve para legitimar nada. A legitimidade baseia-se no direito natural e objectivo. O pai é legítimo superior do filho por direito natural. Mas se o filho for mais inteligente do que o pai, então o filho é que passa a ser o legítimo superior? Veja o absurdo da situação.

Dou este exemplo:
O Joaquim é casado e tem 5 filhos. O Joaquim é o dono da sua casa e o chefe da sua família. Portanto o Joaquim é o legítimo soberano, quer tenha maior ou menor QI, mais ou menos Moral, etc.

Analogamente:
Portugal é uma casa cujo legítimo Soberano é o Rei de Portugal. A Nação Portuguesa é uma família cujo legítimo Soberano é o Rei de Portugal. Quer este tenha maior ou menor QI, mais ou menos Moral, etc.

Anónimo disse...

Quando se trata de uma Nação, uma família que governa sobre muitas, tem que haver critérios de seleção natural primados pelo mérito e pela qualidade superior. Não respondeu à pergunta de forma objectiva. As qualidades dos nossos governantes não podem vir das urnas nem das linhagens de sangue. Os melhores devem governar.

VERITATIS disse...

O melhor para governar é aquele que estabeleceu a Lei natural e sobrenatural.
Esta é a Lei natural e sobrenatural: O Pai tem o direito natural e sobrenatural de governar a sua família, mesmo que algum dos seus filhos seja mais hábil para os negócios do que ele. O Rei tem o direito natural e sobrenatural de governar o seu Reino, mesmo que algum dos seus súbditos seja mais hábil para os negócios do que ele. O Reino é pertença do Rei, tal como a Casa é pertença do Pai de família. Esta é a Ordem tal como ela é.