A Apoteose de Luís XVI |
É fundamental que nos movamos com conceitos claros com os quais todos estejamos de acordo. Um deles é o Patriotismo que tem que ver essencialmente com a ideia de Tradição. A «pátria» é a «terra dos pais», liga com um passado que se quer projectar para o futuro. A Nação [o Estado-Nação], ao contrário, é outra coisa: é um conceito essencialmente moderno, não anterior à Revolução Francesa e que substitui o de Reino. (...) Dito de outra forma, a origem do Nacionalismo é fundamentalmente liberal e burguesa, referindo-se a uma ordem de ideias que tem que ver com os valores inerentes às revoluções liberais do século XIX.
(...) No entanto, é importante recordar que as palavras estão carregadas e podem ser perigosas: todo o pensamento deve ser orgânico e ter uma ordem de ideias perfeitamente encadeadas. Se aceitamos que a Nação aparece onde a guilhotina corta a cabeça dos reis, temos que aceitar que uma coisa é a Ordem Liberal e outra é a Ordem Tradicional. E que a primeira tem como valores a Nação [o Estado-Nação], o mercado livre, a burguesia e o republicanismo, enquanto a Ordem Tradicional tem como valores a Pátria, a economia corporativa, a monarquia, etc. É muito perigoso inserir em cada elo da cadeia um elemento que pertence a outra, por isso prefiro referir-me ao Patriotismo em vez de ao Nacionalismo.
Ernesto Milà, entrevista ao jornal «O Diabo», 8 de Outubro de 2013.
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