Neste dia, em Portugal, a votiva solenidade do estrénuo cavaleiro de Cristo S. Jorge, tutelar de Sua Milícia, que nascendo em Capadócia da Grécia, o venera a Igreja Latina como a um de seus mais ilustres Mártires, em razão dos atrocíssimos tormentos que intrepidamente suportou pela confissão de seu inefável nome. A quem a piedosa Nação Portuguesa, reconhecida a tanto valor e fortaleza celestial, consagrou Templos e levantou Colónias em todas as idades, invocando intercessor nas batalhas e conflitos militares (como a Espanhola a Sant-Iago Apóstolo) experimentando por seu meio inumeráveis vezes venturosos sucessos nas armas, como apregoam nossas antigas histórias. Principalmente na memoranda de Aljubarrota, ano 1385, pois em sinal de troféu, mandou o Santo Condestável, D. Nuno Álvares Pereira (tronco da esclarecida Casa de Bragança), erigir no meio do campo em que se conseguiu a celebérrima vitória, um famoso Templo consagrado à Belipotente Rainha dos Angélicos esquadrões e ao invicto Mártir S. Jorge, Alferes da Igreja Católica. Debaixo de cujo soberano patrocínio, reedificou depois o Castelo de Lisboa, el-Rei D. João I, de feliz memória. O qual trouxe toda a vida a insígnia e divisa de sua Militar Ordem. E ordenou que na solene procissão do Corpo de Deus, fosse uma pessoa a cavalo, vestida de armas brancas, com lança vibrada e escudo embraçado, que representasse ao vivo o próprio Santo, como vemos ainda hoje em todas as cidades e vilas deste Reino, com tanto aparato e bizarria.
Pe. Jorge Cardoso in «Hagiológio Lusitano dos Santos e Varões ilustres em virtude, do Reino de Portugal e suas conquistas», Tomo II, 1657.
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