O embaixador João Hall Themido (1924-2017) publicou em 2008 um livro de memórias sobre a sua carreira diplomática a que chamou Uma Autobiografia Disfarçada. Nele o embaixador dedicou um capítulo a Aristides de Sousa Mendes, onde afirma que o mesmo foi um «mito criado por judeus e pelas forças democráticas saídas do 25 de Abril». A propósito da suposta perseguição de Salazar, o embaixador esclarece: «O processo disciplinar que lhe foi movido quando era cônsul em Bordéus foi o último de vários de que foi alvo ao longo da carreira, quase sempre por abandono do posto ou concussão. Pelos vistos, Aristides de Sousa Mendes, além de viver acima dos seus meios, o que tinha reflexo nas contas consulares, gostava de abandonar os postos, sem autorização, para visitar Paris, segundo se dizia movido por razões sentimentais. Como tem acontecido em outros casos mediáticos, a maioria desses processos disciplinares desapareceu misteriosamente do Arquivo Geral, onde todavia, ainda está, incompleto, o relativo a Bordéus. A Nota de Culpa menciona abandono de funções, concussão e desobediência».
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