Salazar antifascista?


Se é certo que Salazar não era fascista, como o próprio afirmou em «Como se levanta um Estado», também é certo que Salazar não era antifascista, como erradamente afirmou José Hermano Saraiva, em 1999, e ainda hoje querem fazer crer alguns salazaristas de pontes e estradas. Como se não fosse do conhecimento público que Salazar teve um retrato de Mussolini (assinado e com dedicatória do Duce) na sua mesa de trabalho até 1945. Por isso, «dizer que ele era antifascista, só por graça, pelo amor de Deus! A menos que ele só tivesse o retrato para lhe cuspir» – António José de Brito em entrevista ao jornal «Independente», 1999.

6 comentários:

Joaquim disse...

O próprio Mário Soares também disse, que Salazar não era Fascista! E acrescentou que nunca desviou dinheiro, como atualmente é prática no regime democrático.

Rafael Sanches disse...

Pergunta: Qual as diferenças entre o integralismo e o fascismo ou, caso não considerem Salazar o melhor exemplo de integralismo, quais as diferenças fundamentais entre o movimento salazarista e o fascismo italiano (o único que existiu)? Já aproveito e pergunto o que é o integralismo também?

Viriato de Viseu disse...

Quando Rolao Preto quis fazer um partido fascista, Salazar mandou prende-lo, logo Salazar era anti-fascista.
Os esquerdalhos que insistem conotar Salazar com o Fascismo pensam que os nao esquerdoides comem gelados com a testa.

VERITATIS disse...

Joaquim,

Mário Soares disse que Salazar nunca foi fascista, e disse muito bem! Também acertou quando recusou chamar ao Estado Novo de IIª República, pois, em coerência, sabia que os valores de um, nada tinham com os valores do outro.

VERITATIS disse...

Rafael Sanches,

Todos esses "ismos" só confundem e complicam aquilo que é simples. Salazar nunca foi criador de uma ideologia, nem partidário de uma ideologia. O seu governo foi simplesmente o reflexo de alguém com origens rurais e formação base católica (família e seminário), completada com estudos académicos superiores. Salazar nunca editou manuais de ideologia política. Tudo o que conhecemos do seu pensamento, advém dos seus discursos e entrevistas, e em nenhum deles, Salazar disse seguir tal ideologia ou tal ideólogo. Foi apenas um «professor desterrado na política», como o próprio afirmou a 28 de Janeiro de 1934.

VERITATIS disse...

Viriato de Viseu,

Vai negar a realidade objectiva de que Salazar teve um retrato de Mussolini e a manter a sua crença subjectiva de que Salazar era antifascista?

Chamar fascista a Rolão Preto é denegrir o Fascismo. Rolão Preto foi um antifascista disfarçado de fascista; a sua estética era semelhante ao Fascismo, mas as ideias estavam nos antípodas. Eis um excerto de uma entrevista de Rolão Preto à RTP (1975), onde este explica o porquê de usar uma estética fascista:

Jornalista: É preciso explicar aos jovens que o senhor doutor será tido como o camisa-azul, um símbolo que as pessoas ligam ao fascismo. O senhor doutor seria o fascista, pertencente a um partido fascista. Como é que isto pode ser explicado de uma pessoa que está sempre contra e que até escreve coisas a favor da liberdade do homem, da liberdade de expressão? Como é que isso é possível?
Rolão Preto: Como é que isso foi possível? Foi uma forma de reagir. Naquela altura não havia outra. O Salazar não deixava fazer nada a nenhum partido à Esquerda. Isso era rigorosamente proibido. E nós não podíamos fazer um partido à Direita, que era a dele. E então criamos um grupo de acção que apenas procuraria fazer triunfar certas ideias de liberdade e sobretudo de justiça social. O Nacional-Sindicalismo é, sobretudo, uma organização de aspecto social, de luta social, de defesa dos sindicatos. Tanto assim que quando a gente definitivamente rompe com a Situação – a Situação do Salazar –, quando a gente rompe com ela, definitivamente em tudo e por tudo, foi quando eles fizeram as corporações. E foi quando não havia esperança de fazer nada dentro das corporações, visto que nós queríamos a liberdade dos sindicatos, queríamos o sindicato livre e não o sindicato único, etc. queríamos as conquistas indispensáveis para manter as liberdades e a maneira de viver dos portugueses.
Os camisas-azuis eram sobretudo para bater no Salazar. Não era para bater em mais ninguém. Tanto assim é que nós conspirámos e lutámos com os republicanos sempre, eles estiveram sempre connosco enquanto nós fomos partido em Lisboa.