São Luís, Rei de França


Luís IX, nascido em 1214, tornou-se Rei de França aos doze anos; foi muito piedosamente educado pela Rainha Branca, sua mãe, que lhe ensinou a preferir a morte a cometer um pecado mortal. Gostava de se chamar Luís de Poissy, lugar onde fora baptizado, a fim de indicar ser o seu mais glorioso título de nobreza, o de Cristão. «Desprezando as delícias do mundo, procurou unicamente agradar a Jesus Cristo, o verdadeiro Rei», e foi, diz Bossuet, «o mais santo e o mais justo Rei que tenha trazido uma coroa». Assíduo aos ofícios da Igreja, fazia celebrá-los solenemente em seu palácio, onde diariamente assistia a duas missas. Levantava-se à meia-noite para dizer Matinas, começando pelo ofício de Prima o seu dia real. Introduziu em sua capela o hábito de dobrar-se o joelho a estas palavras do Credo: Homo factus est, e de prostrar-se à leitura da Paixão, quando se narra a morte de Jesus Cristo. Essas duas piedosas práticas foram, depois, adoptadas pela Igreja. «Julgam um crime a minha assiduidade à oração», dizia ele, «porém nada diriam, se as horas nelas empregadas, as passasse no jogo ou na caça». A piedade jamais o impediu de dar a maior parte de seu tempo aos negócios do Reino. Depois de uma doença, fez voto de empreender uma cruzada, a fim de reconquistar Jerusalém. Primeiramente vitorioso, caiu em seguida nas mãos dos Sarracenos. Libertado, permaneceu ainda cinco anos no Oriente para socorrer os cristãos; voltando à França, ocupou-se com numerosas fundações piedosas e fez construir a Santa Capela, com o insigne relicário da santa coroa de espinhos e da importante parcela da verdadeira Cruz que lhe oferecera Balduíno II, imperador de Constantinopla. Muito austero para consigo e muito caridoso para com os outros, dizia: «Mais vale a um Rei arruinar-se pelas esmolas feitas por amor de Deus, do que pelo fausto e a vã glória». «Muitas vezes», diz Joinville, «vi o bom Rei, depois da Missa, ir ao bosque de Vincennes, assentar-se junto a um carvalho e dar audiência a todos que precisavam falar-lhe». Sargento de Cristo, trazia continuamente a cruz, a fim de indicar que seu voto estava por se realizar. Em 1270, empreendeu nova cruzada, porém uma epidemia lhe dizimou o exército na África, atingindo-o também. Com os braços em cruz, deitado na cinza, entregou a alma a Deus, em 1270, à mesma hora em que Cristo morreu sobre a Cruz. Na véspera de morrer, ouviram-no repetir: «Iremos a Jerusalém». Na Jerusalém celeste, conquistada pela sua paciência no meio das adversidades, devia ele reinar com o Rei dos Reis.

Fonte: «Missal Quotidiano e Vesperal», 1940.

1 comentário:

Rafael Sanches disse...

São Luís, rei de França, rogai por nós!