Ora, talvez por força do seu idealismo, talvez também por influência do seu passado histórico, que aliás não pode ser invocado por analogia, os Estados Unidos vêm fazendo em África, embora com intenções diversas, uma política paralela à da Rússia [União Soviética]. Mas esta política, que no fundo enfraquece as resistências da Europa e lhe retira os pontos de apoio humanos, estratégicos ou económicos para sua defesa e defesa da própria África, revela-se inconciliável com a que se pretende fazer através do Tratado do Atlântico Norte. Esta contradição essencial da política americana já tem sido notada por alguns estudiosos, mesmo nos Estados Unidos, e é grave, porque as contradições no pensamento são possíveis, mas são impossíveis na acção.
Quando se hostiliza e enfraquece a França ou a Bélgica ou Portugal, por força da política africana, ao mesmo tempo que se atinge a confiança reciproca dos aliados na Europa, diminui-se-lhes também a capacidade. As tropas retiradas para a Argélia não combaterão no Oder ou no Reno; mesmo as modestas forças que nós fazemos seguir para o Ultramar, deixarão um vazio, pequeno que seja, no sector ou nas acções que nos fossem destinados. E a América, presa de esquematismos ideológicos, penso virá também a ser vítima – a última – desta contradição, se nela persistir.
António de Oliveira Salazar in discurso «O Ultramar Português e a ONU», 30 de Junho de 1961.
3 comentários:
Rafael Sanches,
Os seus comentários tiveram que ser removidos por neles haver erros gravíssimos, incluindo blasfémia (no caso atribuir a Deus a origem de um suposto mal). Por isso, se se considera realmente católico, recomendo-lhe que aproveite a Quaresma em que nos encontramos para desintoxicar a alma e o intelecto: Oração da manhã e da noite (Pai Nosso, Ave Maria, etc.), Terço diário (sem a modernice dos "Mistérios Luminosos"), frequência aos Sacramentos (Confissão e Comunhão, conforme os ritos tradicionais), estudo do Catecismo de São Pio X, leitura espiritual (livro Preparação para a Morte é altamente recomendado).
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