Frugalidade – O que seja, e que signifique em linguagem Republicana, pode coligir-se deste acontecimento verídico.
Estando almoçando um verdadeiro Patriota fez o seguinte Discurso:
"A frugalidade é uma das principais virtudes de um Povo Republicano... Venha de lá uma botelha de vinho de Champanhe..." Sem a frugalidade é impossível que o Povo seja guerreiro, nem amante da liberdade... Oh futr... Que diabo de cosido é este? Sempre borrego, sempre vitela! Não há perdizes, galinhas, nem capões?..." Os Espartanos não podiam estar à mesa senão um quarto de hora... Haverá besta como este cozinheiro? Que porcaria de pastel! Maldito gosto que tem! Nem ao menos está bem passado!..." Um quarto de hora ainda poderia demorar-se; porque o Povo perde tanto mais de trabalho, quanto mais consome à mesa... Vamos a isto, venha mais meia canada de vinho de Borgonha... Com que não há! Assim se trata a um Republicano? A nós dá-se uma semelhante consoada? Doze pratos, e nada mais, e mal temperados, sem salsa, nem vinho de Borgonha, etc.? A ver, chame cá o patrão, que lhe vou quebrar os braços, tanto a ele como ao cozinheiro, e os vou mandar cavar com uma enxada... Que tal está a patifaria da penitência Franciscana?!" Um dos principais cuidados do nosso Governo deve ser o de reduzir o Povo à máxima frugalidade. Isto só basta para estabelecer a igualdade e a felicidade Republicanas... E então! Ainda não vem o café, o ponche, e o marrasquino?...
D. Frei Fortunato de São Boaventura in «Novo Vocabulário Filosófico-Democrático, indispensável para todos os que desejem entender a nova língua revolucionária», Nº 4, 1831.
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