Contar


Contar – Não lhe valeu à Aritmética ser uma Ciência infalível em si mesma, mas antes ao contrário também foi regenerada, revolucionada e até Democratizada. É tão conhecida já, como a virtude, a política, a humanidade, a boa-fé, e todas as demais lindezas Democráticas. Ainda não podemos penetrar quais sejam as suas regras; porque umas vezes 150, por exemplo, são 15.000; e outras, num volver de olhos, os 15.000 passam a 150. A experiência, contudo, tem mostrado que não deixa de ter algumas regras fixas. Porque quando se trata de perdas republicanas, decresce sempre a sua Aritmética, e sempre alguns zeros. Mas, oh legalidade republicana! Tu não ficas com coisa alguma alheia, e tu fazes aparecer estes mesmos zeros (que haviam escapado das unhas) quando contas tuas vitórias, ou nos impões contribuições. Então é quando nos restituis com usura os zeros que nos havias roubado.

D. Frei Fortunato de São Boaventura in «Novo Vocabulário Filosófico-Democrático, indispensável para todos os que desejem entender a nova língua revolucionária», Nº 6, 1832.

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