Rei Mouro Joás, depois Cristão e Religioso


Neste dia [27 de Novembro] morreu no Real Convento de Santa Cruz de Coimbra o Rei Mouro Joás que fora cativo na batalha de Ourique, e que depois foi convertido e baptizado por São Teotónio, e Religioso professo no mesmo Mosteiro, como em outra parte dissemos. Depois estudou a língua Latina, e por sua Capacidade, virtude e perfeição de vida, foi promovido ao Sacerdócio, e desempenhando com grande satisfação e admiração de todos, as obrigações da nova dignidade, faleceu santamente neste dia. Não ficou memória do ano no livro dos óbitos de Santa Cruz de Coimbra.

Pe. Francisco de Santa Maria in «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744.

2 comentários:

Anónimo disse...

A velha tentação de converter alógenos. Nada de novo. Mas o que interessa é que os invasores sejam católicos. Há cada vez mais padres africanos a celebrar a missa dos portugueses nativos. Não aprendemos mesmo nada com a história. Volta Afonso Henriques, Volta Viriato.

VERITATIS disse...

É motivo de regozijo, e não de tristeza, a conversão de um infiel e inimigo de Portugal, Rei estrangeiro derrotado por D. Afonso Henriques, do qual ficou cativo. E como este caso, temos mais exemplos, lembrando também a Rainha Ginga de Angola, que morreu católica e com mostras de santidade.
Ora, semelhantes casos devem-nos encher de brio pela magnanimidade e acção benéfica dos nossos Reis. Verdadeiramente perverso e invertido, é ver nisto alguma espécie de apologia à invasão ou de propaganda igualitária, multicultural, etc.