A vida humana tem um valor absoluto?


Num debate sobre a eutanásia, a deputada esquerdista Isabel Moreira afirmou que «a vida humana não é um direito absoluto». Tal afirmação provocou indignação em muitos direitistas, que, assumindo uma posição mais humanista que católica, chegaram a diabolizar a deputada, acusando-a de "nazismo". Contudo, apesar de errada quanto ao fim, a afirmação está correcta quanto ao princípio. De facto, à luz do Direito e da Moral Católica, a vida humana não tem valor nem direito absoluto. Deus, que não Se engana nem nos engana, diz-nos pelo 5º Mandamento que é proibido matar. Mas também no diz, pelo mesmo Mandamento, que é lícito tirar a vida de outrem em certas ocasiões. Se o valor e o direito da vida humana fosse absoluto, não haveria excepções em que fosse lícito matar. Eis o que diz o Catecismo da Doutrina Cristã, de São Pio X (1908):

Que nos proíbe o quinto Mandamento: não matar? O quinto Mandamento, não matar, proíbe dar a morte, ferir, ou causar qualquer outro dano no corpo do próximo, por nós ou por meio de outrem. Proíbe também ofendê-lo com palavras injuriosas e querer-lhe mal. Neste Mandamento, Deus proíbe também ao homem dar a morte a si mesmo, isto é, o suicídio.
Por que é pecado grave matar o próximo? Porque o que mata, usurpa temerariamente o direito que só Deus tem sobre a vida do homem; porque destrói a segurança da sociedade humana, e porque tira ao próximo a vida, que é o maior bem natural que ele tem neste mundo.
Haverá casos em que seja lícito matar o próximo? É lícito matar o próximo: durante o combate em guerra justa; quando se executa por ordem da autoridade suprema a condenação à morte em castigo de algum crime grave; e finalmente, quando se trata de necessária e legítima defesa da vida, no momento de uma injusta agressão.

Fica assim reposta a verdade, que neste caso, como em tantos outros, foi ofuscada pelos clubismos políticos. E quão prejudiciais à Verdade têm sido esses clubismos... Ou tal como observou G. K. Chesterton: O papel dos progressistas é cometer erros continuamente; o papel dos conservadores é impedir que os erros sejam corrigidos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Afinal você é a favor ou contra a eutanásia?

VERITATIS disse...

Como católico, só tenho que me sujeitar àquilo que Deus manda e a Sua Igreja ensina. E julgo que ficou expresso claramente que a "eutanásia" é criminosa, uma vez que Deus proíbe o suicídio, assim como não é lícito matar o próximo por "misericórdia".