Quem se atreveu a despedaçar o vínculo sagrado que prendia o Eminentíssimo Cardeal Patriarca à Santa Igreja de Lisboa sua Esposa que ele abrilhantou com a sua resistência aos mandados das insolentes pestíferas e facciosas Cortes? Quem excitou à força de maus tratamentos, e de estúpidas ameaças os nossos Irmãos do Brasil para se desligarem da Mãe Pátria, e quem brindou aqueles remotos climas com o presente da Liberdade sempre funesto aos povos, e mormente aos que mal acabam de sair da infância do estado social, e que se uma especial providência não atentar pela conservação da integridade dos domínios da Coroa de Portugal, em ambos os hemisférios, não tardará a oferecer as lastimosas cenas de furor, e de carnagem, que um igual presente da Revolução Francesa produziu na Ilha de São Domingos? Quem fez assoalhar as más doutrinas que há cinquenta anos a esta parte começaram de espalhar-se neste Reino ainda em subterrâneos, e com a capa das trevas, mas que em todo aquele período não fizeram tantos, e tão graves danos, como fez desgraçadamente o primeiro Semestre do regime constitucional? Quem concedeu uma inteira liberdade de pensar, de escrever, e de imprimir, que inadmissíveis num Reino Católico, devem trazer necessariamente consigo a irrisão das coisas sagradas, o menoscabo do sacerdócio, e a maior devassidão de costumes? Quem protegeu abertamente a publicação do Catecismo de Volney, as superstições descobertas, o Retracto de Vénus, o Compadre Matheus, a Vénus Maçona, as cartas de José Anastácio, o Cidadão Lusitano e cópia de mais escritos licenciosos, ímpios, e tendentes à corrupção geral da mocidade Portuguesa? Quem fez ensinar pelos Mestres de primeiras letras, que a nossa alma deve morrer com o corpo; que não há outra vida depois desta, que Nosso Senhor Jesus Cristo era apenas um herói, um homem grande, como foram Zoroastro, Confúcio, Mafoma [Maomé]? Quem foi causa de se meterem à bulha todos os preceitos da Igreja, de se ir quase abolindo em muitas partes do Reino, a Confissão Sacramental, e de se escarnecer o Mistério do Corpo e Sangue de Jesus Cristo, por modos e palavras, que fazem arrepiar os cabelos, e gelar o sangue?
D. Frei Fortunato de São Boaventura in «O Mastigóforo», 1824.
6 comentários:
"Quem se atreveu a despedaçar o vínculo sagrado que prendia o Eminentíssimo Cardeal Patriarca à Santa Igreja de Lisboa sua Esposa que ele abrilhantou com a sua resistência aos mandados das insolentes pestíferas e facciosas Cortes?" .... Os liberais e maçonaria, que tentaram acabar com o Patriarcado, são os responsáveis da sua extinção. Como podem alguns católicos dizer que o Patriarcado era um artifício erigido pelo dinheiro e corrupção da Coroa e do Papado? Arrre.... cegos, ou ignorantes.
"Quem excitou à força de maus tratamentos, e de estúpidas ameaças os nossos Irmãos do Brasil para se desligarem da Mãe Pátria... ?" A Maçonaria.
Outrossim, a Maçonaria junto com Exército NO Brasil (Brasil não tem exército próprio, é comandado de fora) e os sempre mercenários do Jornalismo (sem apoio de jornalistas/repórteres nenhum golpe de Estado é possível) que aplicaram outro golpe de Estado conhecido como "Proclamação da República". Notem que naquele evento, foram expulsos além do Imperador, a Princesa Isabel, a heroína da libertação dos escravos por assinar a famosa Lei Áurea. Ou seja, os "tolerantes" maçons, os jornalistas da "livre expressão" e os militares "defensores da ordem" não queriam ela no Brasil.
E quem manda na Maçonaria?
Cobalto
A Maçonaria foi a antecessora na "libertação dos escravos". A Princesa Isabel não fez nada que não tivesse sido feito no Brasil, e nisso até seguiu os passos do Marquês de Pombal (o qual aboliu o comércio de escravos). Estranho... estranho... mas sem factos reais as apreciações caiem! Segundo alguém de bom critério, e de bom catolicismo, a Princesa Isabel, tendo feito algumas boas acções conhecidas também escreveu e fez outras suficientes para não ser beatificável segundo a normativa CLÁSSICA na Igreja. Alguns movimentos actuais no Brasil, por necessidade de fazerem valer a "Causa Imperial" e juntarem a ela a simpatia dos negros, estão a entrar já no campo do insuportável. A pior notícia: esta gente, que até se diz de muito catolicismo, na verdade pensam como pensaram os liberais e iluminados a respeito da escravatura. Os documentos Régios e da Igreja a respeito da escravatura não enganam: ela não era olhada da forma deturpada como hoje o é. O documento segundo o qual Leão XIII (se não me engano) condena a escravatura, não faz parte do Magistério Ordinário da Igreja, nem a situação da escravatura no seu tempo tinha já semelhanças com o que a Igreja tinha então promovido para bem e salvação das almas, mantendo a justiça. Por fim, a ideia de que o escravo teria direito à "cidadania" (como hoje se diria), apenas é possível com assentamento no maléfico CONTRATO SOCIAL. O escravo, justamente por não ter nada ficava ao encargo de outrem. Os "maus tratos" não fazem parte da definição de escravatura até que os iluminados e maçons apareçam... Hoje, é horrível ver como até um ou outro padre tradicionalista acredita (e estranhamente LUTAM por difundir, como se necessitassem que a realidade fosse essa, não fossem eles espanhóis a falar de portugueses) que a escravatura é necessariamente o maltratar, e que um escravo não mal tratado já não seria escravo... Era de perguntar a certo Senhor Padre que assim anda a doutrina, que ideias doentias encontra nas suas meditações a respeito do "eis aqui a ESCRAVA do seu Senhor, faça-se em mim segundo a Sua vontade"? ... Estes assuntos estão já muito tratados pelo blog ASCENDENS, o qual teve a coragem de entrar em assunto tão ODIADO (parece que hoje é apedrejado todo aquele que tenta colocar em questão o dogma da "escravatura necessariamente má"), certamente para defender Portugal de acusações tão injustas (ainda na semana passada um padre estrangeiro fez uma conferência no estrangeiro sobre assuntos de Portugal, a qual conferência mais valia não ter existido, e na qual nos colocava em situação muito má depois dos descobrimentos até que Salazar apareceu ... ora... claro está, justiça seja feita, este estrangeiro seguiu os passos de alguns português de má opinião nestas e em outras matérias).
Salve Maria.
Concordo Anónimo, com cada palavra sua. E de fato, coragem, entre outras qualidades, tem de sobra o autor e equipe do blog Ascendens.
Há um tempinho, encontrei em minhas minhas 'navegações', um artigo bem curioso: "A participação da Maçonaria na Proclamação da República, O autor é licenciado em história, funcionário público estadual e membro da Loja Maçônica “Deus, Pátria e Família” de Bauru".
Achei bem interessante!
O link: http://www.jcnet.com.br/editorias_noticias.php?codigo=236510
Cara Cláudia Arruda,
Agradeço as suas palavras confortantes. No blog ASCENDENS, sabemos da companhia que nos tem feito durante estes anos, como leitora assídua, que partilha tanto os nossos artigos.
Vou aproveitar o artigo que aqui deixou, para a respeito dele publicarmos outro.
Recomendamos também a leitura atenta do VERITATIS e FIDELISSIMUS, coisa que provavelmente já faz.
Cumprimentos, em Nosso Senhor.
Pedro Oliveira
Salve Maria.
Prezado ASCENDENS (Pedro Oliveira).
De nada. Nós leitores que nos beneficiamos com sua coragem e a dos demais blogs: VERITATIS e FIDELISSIMUS.
Que Deus mantenha vivo o zelo de todos vocês para honra de Deus e de sua Santa Igreja Católica Apostólica.
Saudações.
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