Lembra-te ó homem que és pó, e que em pó te hás-de tornar. (Génesis 3, 19)
É certíssimo que todos devemos morrer, mas não sabemos
quando. "Nada há mais certo do que a morte – diz Idiota – porém nada mais
incerto do que a hora da morte".
Meu irmão, estão fixados ano, mês, dia, hora e momento em
que terás que deixar este mundo e entrar na eternidade; porém nós o ignoramos.
Nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de estarmos sempre bem preparados, disse que a
morte virá como um ladrão, oculto e de noite (I Tessalonicenses 5, 2). Outras
vezes exortou a que estejamos vigilantes, porque, quando menos esperarmos, virá
Ele a julgar-nos (Lucas 12, 40). Disse São Gregório que Deus nos oculta, para
nosso bem, a hora da morte, a fim de que estejamos sempre preparados para
morrer. Disse São Bernardo: A morte pode levar-nos em qualquer momento e em
qualquer lugar; por isso, se queremos morrer bem e salvar-nos, é preciso que a
estejamos à espera em qualquer tempo ou lugar.
Ninguém ignora que deve morrer; mas o mal está em que
muitos vêem a morte a tamanha distância que a perdem de vista. Mesmo os anciãos
mais decrépitos e as pessoas mais enfermas não deixam de alimentar a ilusão de
que hão-de viver mais três ou quatro anos. Eu, porém, digo o contrário: Devemos
considerar quantas mortes repentinas vemos em nossos dias. Uns morrem
caminhando, outros sentados, outros dormindo em seu leito. É certo que nenhum
deles julgava morrer tão subitamente, no dia em que morreu. Afirmo, ademais,
que de quantos no decorrer deste ano morreram na sua própria cama, e não de
repente, nenhum deles imaginava que devia acabar sua vida neste ano. São poucas
as mortes que não chegam inesperadas.
Assim, pois, cristão, quando o demónio te provoca a
pecar, sob o pretexto de que amanhã te confessarás, diz-lhe: Quem sabe se não
será hoje o último dia da minha vida? Se esta hora, se este momento, em que me
apartasse de Deus, fosse o último para mim, de modo que já não restasse tempo
para reparar a falta, que seria de mim na eternidade? Quantos pobres pecadores
tiveram a infelicidade de ser surpreendidos pela morte ao recrearem-se com
manjares intoxicados e foram precipitados no inferno? "Assim como os peixes
caem no anzol, assim são colhidos os homens pela morte num momento mau" (Eclesiastes
9, 12). O momento mau é exactamente aquele em que o pecador ofende a Deus.
Diz o demónio que tal desgraça não nos há-de suceder; mas
é preciso responder-lhe: E se suceder, que será de mim por toda a eternidade?
Santo Afonso Maria de Ligório in «Preparação para a
Morte».
E se o justo a custo se salva, o que virá a ser do ímpio e do pecador? (I Pedro 4,18)
1 comentário:
Uma prece pla Alma de meu pai Adelino
Obrigado
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