Qual é pois o verdadeiro sentido da História? Há por acaso um sentido da História? Toda a História tem por centro uma pessoa: Nosso
Senhor Jesus Cristo, porque como diz São Paulo: "Nele foram fundadas todas as
coisas, as dos céus e as que estão sobre a terra, as visíveis e as invisíveis,
sejam tronos, dominações, principados ou potestades. Tudo foi criado por Ele e
n'Ele, e Ele é antes de todas as coisas e n'Ele todas subsistem. Ele é a cabeça
do corpo da Igreja, sendo Ele mesmo o princípio (...) para que em tudo tenha o
primeiro lugar. Deus quis que toda a plenitude habitasse n'Ele, e por meio
d'Ele reconciliar todas as coisas tanto as da Terra como as do Céu, trazendo a
Paz mediante o sangue de Sua Cruz".
Jesus Cristo é portanto o pólo da História. A História
tem somente uma lei: "É necessário que Ele reine" (I Coríntios 15, 25). Se Ele
reina, reinam também o verdadeiro progresso e a prosperidade, que são bens muito
mais espirituais do que materiais. Se Ele não reina, vem a decadência, a
caducidade, a escravidão em todas as formas, o reino do mal. É o que profetiza
a Sagrada Escritura: "Porque a nação e o reino que não Te servem perecerão,
estas nações serão completamente destruídas" (Isaías 60, 12). Há excelentes
livros sobre a filosofia da História, mas que me deixam surpreso e impaciente
ao comprovar que omitem este princípio absolutamente capital, ou não o põe no
lugar que lhe é devido. Trata-se do princípio da filosofia da História, sendo
também uma verdade de Fé, verdadeiro dogma revelado e confirmado centenas de
vezes pelos factos!
Eis a resposta à pergunta: Qual é o sentido da História? A História não tem um sentido, uma direcção imanente. Não existe o sentido da História. O que há é um fim da História, um fim transcendente: a "recapitulação de todas as coisas em Cristo"; é a submissão de toda ordem temporal à Sua obra redentora; é o domínio da Igreja militante sobre a cidade temporal que se prepara para o reino eterno da Igreja triunfante no Céu. A Fé
afirma e os factos o demonstram que a História tem um primeiro pólo: a
Encarnação, a Cruz, Pentecostes; ela teve o seu completo desenvolvimento na
cidade católica, quer seja em Carlos Magno ou em Garcia
Moreno; e terminará, chegará ao seu pólo final quando o número dos eleitos se
completar, depois do tempo da grande apostasia (II Tessalonicenses 2, 3); não estamos vivendo este tempo?
Mons. Marcel Lefebvre in «Do Liberalismo à Apostasia: A Tragédia Conciliar», 1987.
1 comentário:
Caro Veritatis, é interessante que a escolha do nome para o blog ASCENDENS tem a ver com a constatação da perca notável do sentido de transcendente nos nossos dias. Naquele tempo, em 2007, o blog apareceu como que por vontade de colmatar a falta de sentido de transcendência que vi ao Anterior Cardeal Patriarca quando fez considerações a respeito da Missa antiga etc..
Enviar um comentário