Noutras épocas – não em si totalmente imunes de falhas e erros – uma fé religiosa penetrava e invadia o conjunto da sociedade, especialmente a vida familiar, sendo as paredes do lar adornadas com o crucifixo e imagens piedosas. A literatura e a arte da casa eram baseadas na Sagrada Escritura. As cidades, vilas, montanhas, nascentes, levavam os nomes dos santos, ao longo das vias na zona rural e em cruzamentos, o viajante contemplava a imagem de Cristo Crucificado e de Sua Mãe Santíssima. Parecia que tudo, o próprio ar, falava de Nosso Senhor, porque os homens viviam em contacto estreito com Deus, viviam conscientes da Sua presença universal e do Seu poder soberano. O sino da igreja acordava-os e convidava-os para o sacrifício divino; a oração do Angelus, três vezes ao dia, para as funções do sagrado; governava a rotina diária do trabalho, assim como o sacerdote assegurava que o trabalho fosse bem feito. Cada família de então possuía um Catecismo, uma História da Bíblia, muitas vezes, também, a vida dos santos para cada dia do ano. Mas quantas casas existem hoje, mais ou menos desordenadas com várias publicações, com romances e contos, mas com a falta daqueles livros! Quantos pais não estão, justamente, ansiosos por garantir que os seus filhos aprendam bem as regras de higiene, mas dificilmente prestam todos estes cuidados à sua educação religiosa!
Papa Pio XII, alocução às moças da Acção Católica, 6 de Outubro de 1940.
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