– O que é a "abominação da desolação"? Parece-me que os Santos Padres entendem por essa expressão semítica a idolatria...
– A pior idolatria. Pois no fundo do modernismo está latente a mais execrável idolatria, a apostasia perfeita, a adoração do homem no lugar de Deus; e isso sob formas cristãs e até talvez mantendo a estrutura exterior da Igreja. Já leu The Soul of Spain do psicólogo inglês Havelock Ellis?
– Não. O que diz?
– É um livro de viagens por Espanha. Leia o capítulo intitulado Uma missa cantada em Barcelona e verá o que quero dizer quando falo de modernismo.
– Ridiculariza a missa cantada?
– Quê?! Pelo contrário! Cobre-a de flores, enche-a de elogios... estéticos. Diz que é um espectáculo imponente, uma criação artística, e que não se pode deixar cair essa nobre conquista de "património cultural" da humanidade, mas procurar preservá-la e aperfeiçoá-la... podada da pequena superstição que a informa, ou seja, a presença real de Cristo no Sacramento... Anulada essa pequena superstição, tudo mais...
Pe. Leonardo Castellani in «Los Papeles de Benjamin Benavides», 1953.
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