Viera esta Princesa à igreja ouvir missa, grinalda de ouro na cabeça estrelada de diamantes, grande fausto, grande cortejo de criados e senhores. Ajoelha diante de um Crucifixo, levanta os olhos, vê uma coroa de espinhos, e em si uma de pedraria; vê um corpo nu e chagado, e o seu bem vestido e tratado; vê o Senhor do Céu cercado de dor, angústia e desamparo, e a si de honra, estimação e glória. Cai em terra com um desmaio, como morta. Todos se assustam; levam-na em braços para o palácio; torna a si; muda de vida e começa a ser o que depois foi Santa Isabel, a amantíssima da Cruz e sempre sequiosa de padecer.
Pe. Manuel Bernardes in «Sermões e Práticas», 1711.
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