Agora chegou a última idade cantada pela Sibila de Cumas; uma grande sucessão pacífica de séculos começa de novo; agora também volta a Virgem; volta o reinado de Saturno; uma nova geração humana desce do alto dos céus. Para o Menino que agora deve nascer, sob o qual a raça de ferro terminará, e uma raça de ouro surgirá no mundo todo, tu, casta Lucina, sorri favoravelmente, pois teu Apolo é agora rei.
Esta idade gloriosa começa em teu consulado, ó Polião, quando os meses poderosos começam seu curso. Sob tua liderança todos os vestígios que restem de nossa culpa vão desaparecer e libertar a terra de seu temor incessante. Ele [o Menino] receberá vida divina e verá heróis que se misturam com deuses e será ele próprio visto por eles. E ele governará um mundo pacificado pelas virtudes paternas.
Virgílio in «Bucólicas», 40 a.C.
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Nota: Virgílio cita a Sibila de Cumas, oráculo da Antiguidade cuja profecia sobre o nascimento de Cristo inspirou o poeta romano. O Imperador Constantino, numa mensagem ao Concílio de Niceia (ano 325), citou uma passagem dos Livros Sibilinos contendo um acróstico profético, cujas iniciais dos versos são: Jesus Cristo Filho de Deus Salvador Cruz. Miguel Ângelo pintou a Sibila de Cumas no tecto da Capela Sistina, entre os profetas do Velho Testamento.
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