Pode a República, dentro dos seus princípios, ou mesmo contra eles, curar estas doenças de aspecto mortal?
Não, porque estes três males [anarquia, impiedade e miséria], no seu somatório patológico, têm um só nome – a República; porque dos princípios republicanos, e da instituição republicana, essas doenças derivam, como a morte do veneno.
Regime baseado em ideias não-portuguesas, enraizado no maçonismo e no judaísmo internacional, essencialmente centralizador e tirânico, entronizador da ficção corruptora do voto, regime de tumultos por via das eleições, e de impotência nacional por efeito da acefalia governativa, – a República é a lenta ou catastrófica estrangeirização, é a traição nacional traduzida em lei escrita, a guerra civil e o assassinato infrene há dez anos, a alienação das colónias iminente, a soberania nacional periclitante.
Do voto que entronizou o «político», deriva irremediavelmente a constituição parasitária, alimentícia, depravadora da República, que desorganizou a riqueza nacional, desperdiçando o melhor dos seus valores, não praticando aqueles actos necessários de positiva gestão, empenhando ao estrangeiro a Terra portuguesa, e operando em favor dos piores portugueses, e quantas vezes de metecos qualificados, a usurpação de uma grande parte da velha riqueza legítima e nacional.
Sendo a democracia o governo da maçonaria, e, nos domínios do espírito, uma barbárie orgulhosa e sarapintada, a República tem-nos levado, apesar das suas escolas, a uma depressão incalculável de todos os valores intelectuais e morais.
Pela sua constituição parlamentarista e eleitoral, não pode a República, na pureza dos seus princípios, deixar de ser tendencialmente o governo do estrangeiro após a guerra civil, o trabalho servil após a fome e a miséria, a barbárie moral e mental pela impiedade e renúncia a Deus.
Também fora dos seus princípios, pela acção dos homens, a República não pode salvar o País. Nenhum regime vive fora dos seus princípios. E os princípios da República, não só afastam do poder os legítimos e os mais competentes, mas ainda tem o poder de corromper os homens e inutilizar as suas boas intenções. Além disso, não só os princípios negativos da República impedem a salvação nacional: removidos estes, são necessários os princípios e as virtudes positivas da Monarquia.
Faliu a república radical; faliu o presidencialismo conservador de Sidónio Pais, que, para não trair a República, atraiçoou inconscientemente o interesse nacional; há-de falir um novo Sidónio, se não tiver a envergadura de um Monk; haveria de falir miseravelmente qualquer parlamentarismo conservador, que somente significaria para a Pátria a morte numa paralisia humilhante, sem sobressaltos.
José Pequito Rebelo in jornal «A Monarquia», Janeiro de 1920.
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