Apologia da vida modesta


Nas cidades, o homem que deixa de trabalhar, encontra-se completamente desamparado e arrisca-se, de facto, a morrer de fome. Enquanto há trabalho, não falta dinheiro para o necessário e até para o supérfluo. A falta de calor humano, de solidariedade natural provocada pela ausência da vida familiar, torna a miséria negra quando o trabalho cessa. Assim, os sete milhões de habitantes de Nova Iorque são, pouco mais, pouco menos, para o desgraçado que tem fome, sete milhões de desconhecidos. Por isso fazemos sempre a apologia da vida modesta, familiar, onde não falte o indispensável, e até o que suaviza a vida, mas sem aspirações excessivas, desumanas.

António de Oliveira Salazar in entrevista a «Diário de Notícias», 1938.

1 comentário:

João Carlos Franco disse...

Verdade...! Hoje apesar de haver segurança social quem não tem família sente-se só no mundo (ás vezes até com família se sentem abandonados pois estes tempos são outros...). Os bons velhos tempos de outrora já não existem mais...