Adágios portugueses sobre o mês de Janeiro


Da flor de Janeiro, ninguém encheu o celeiro.
Em Janeiro põe-te no outeiro, se vires verdejar, põe-te a chorar, e se vires terrear, põe-te a cantar.
Em Janeiro, sete capelos e um sombreiro.
Em Janeiro, um pouco ao sol, outro ao fumeiro.
Em Janeiro, mete obreiro, mês meante, que não dante.
Janeiro molhado, se não é bom para o pão, não é mau para o gado.
Janeiro, poucos em sendeiro, um dia, e não cada dia.
Lua de Janeiro não tem parceiro; mas lá vem o de Agosto, que lhe dá de rosto.
Minguante de Janeiro, corta madeiro.
O mês de Janeiro como bom cavaleiro, assim acaba, como a entrada.
Obreiro em Janeiro, pão te comerá, mas obra te fará.
Primeiro dia de Janeiro, primeiro dia de Verão.
Qualquer ramo em Janeiro, torcido está quedo.
Quem azeite colhe antes de Janeiro, azeite deixa no madeiro.
Sol de Janeiro sempre anda de trás do outeiro.
Em Janeiro, nem Galgo laboreiro, nem Açor perdigueiro.
Em Janeiro seca a ovelha suas madeixas no fumeiro, e em Março no prado, e em Abril os vai urdir.
Janeiro geoso, Fevereiro nevoso, Março molinhoso, Abril chuvoso, Maio ventoso, fazem o ano formoso.
Vai-te embora Janeiro, cá fica o meu cordeiro.
O madeiro para tua casa, corta-o em Janeiro.
Vai-te embora Janeiro, deixar-me-ás Abril e Maio.

Fonte: «Vocabulário Português e Latino», Tomo IV, 1713.

Sem comentários: