A seita socialista em 1881


O socialismo ou niilismo trabalha deveras. Entre nós já se contam os seus periódicos por dezenas. O seu desideratum não é somente acabar com os tronos; é sobretudo acabar com a religião.
«Enforcar o último rei seria pouco; seja enforcado com as tripas do último padre, e a humanidade deixará de ser escrava»: – eis o supremo desideratum dos grandes humanitários!
Embrutecer as multidões; desmoralizar a juventude; criar em cada escola um centro de impiedade e de ateísmo; nivelar todas as classes e prégar às turbas o grande princípio: – a propriedade é um roubo – tal o fim satânico dos inimigos de Deus e da sociedade.
Em Espanha, na Itália, na Rússia, na Bélgica, em Portugal, em França, em toda a extensão do orbe, existe a mesma seita, predomina o mesmo pensamento, e não há fronteiras nem cordões sanitários que livrem os povos desta contagião terrível e assustadora...
Enganamo-nos: há um cordão sanitário que nos pode preservar, é o dos princípios católicos aplicados à política e a tudo, mas os moderados e conservadores do liberalismo sentem calafrios quando nisso se lhes fala, e não os querem aplicar! Tempo virá... em que já talvez não seja tempo.

Fonte: Revista «O Progresso Católico», 3º Ano, Nº 14, 15 de Maio de 1881.

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