O significado de "Colónia" e "Colono"


Colónia. Gente que se manda para alguma terra novamente descoberta, ou conquistada, para a povoar. A mesma terra assim povoada também se chama Colónia. Colonia, ae. Fem. Cic.
Os que são mandados para fazer uma Colónia, ou os moradores da Colónia. Coloniorum. Masc. Plur. Cic.
Fundar ou estabelecer colónias. Colonias constituere, ou collocare. Cic.
Levar uma colónia. Coloniam, ou Colonos deducere. Cic.
Coisa concernente a Colónia. Colonicus, a, um. Sueton. Foi povoada de antiga e nobre gente, que chegou com o domínio e Colónias à mesma Itália. Vida do Princ. Teod., pág. 6.
Colónia. Cidade de Alemanha sobre o Reno, cujo Arcebispo é Príncipe e Eleitor do Império. É uma das quatro cabeças das Cidades Hanseáticas; chamam-lhe a Roma de Alemanha e lhe dão o título de Santa, porque tem no seu recinto 365 igrejas, e nelas as relíquias de muitos corpos de Santos, e entre as cidades livres é a única que não está infecta de Heresia. Na Igreja Matriz de S. Pedro se vêm, entre muitos Mausoléus magníficos, as sepulturas dos três Reis que adoraram ao Divino Infante no presépio, os quais (segundo a tradição) foram trazidos de Constantinopla a Milão, e de Milão a Colónia. É cercada de grandes muros e guarnecidos de 83 torres, banhados de um triplicado toso, tem belas praças, fermosas ruas e sumptuosos edifícios, com a glória de ser pátria de S. Bruno, fundador dos Cartuxos. Colonia Agrippinensis, ou Colonia Agrippinae. Tomou este nome, ou porque no reinado de Augusto esteve debaixo da protecção de Agripa, ou porque Agripina, neta do dito Agripa e mãe de Nero, nascera em Colónia e acrescentara o seu circuito.
De Colónia. Coloniensis, is. Masc. et Fem. se, is. Neut.
Colono. Um dos fundadores de uma Colónia. Colonus, i. Masc. Cic. Distrito capaz para os novos Colonos. Mon. Lusit. tom. 5, pág. 100, col. 2.
Colono. Agricultor. Colonus, i. Masc. Cic. E no-lo tirará o mesmo Senhor, que no-lo deu como a maus Colonos. Vieira. tom. 4, pág. 548.

Pe. D. Rafael Bluteau in «Vocabulário Português e Latino», Tomo II, 1712.

6 comentários:

Anónimo disse...

Devíamos ter colonizado como fizemos nos Açores e na Madeira. Com Homogeneidade Etno-Cultural.
Por alguma razão não perdemos os Açores e a Madeira.
Deus, Pátria, Rei, Família, Sangue, Espírito, Terra, Tradição.

VERITATIS disse...

Ainda hoje os EUA, a Inglaterra e a França mantém territórios ultramarinos com população não-europeia. Portugal não perdeu os territórios ultramarinos por diferenças etno-culturais, mas sim por razões políticas e económicas de grande escala.

(Para evitar que indivíduos anónimos sejam confundidos entre si, peço que se use um pseudónimo nos comentários)

Daniel Gonçalves disse...

A bem da verdade convêm dizer que as "razões políticas e económicas de grande escala" só triunfaram porque não havia unidade "etno-cultural", se houvesse homogeneidade étnica nunca as "razões políticas e económicas", fosse qual fosse a escala, teriam singrado.

VERITATIS disse...

Daniel Gonçalves,

Se isso fosse a razão determinante, então nunca teríamos perdido o Brasil (cuja elite política, em 1822, era tão portuguesa como qualquer um de nós), nem a Inglaterra teria perdido as 13 Colónias (cuja elite política, em 1776, era tão inglesa como qualquer um dos outros), nem a Espanha teria perdido a Argentina (cuja elite política, em 1816, era tão espanhola como qualquer um dos outros). O argumento também não explica como ainda hoje certos países mantém territórios ultramarinos com população etnicamente diferente.

Daniel Gonçalves disse...

Caro Veritatis,
o que afirma é, num nível conceptual, correcto.
Por exemplo nunca saberemos, e podemos agora especular, se os portugueses, e seus descendentes, que habitavam em Angola decretariam, num futuro, a sua independência da Metrópole.
Mas a Guerra do Ultramar aconteceu porque tínhamos lá os autóctones/nativos daqueles territórios que, financiados e manipulados, por potências externas - as tais "razões políticas e económicas de grande escala" - se revoltaram contra a nossa presença. Em palavras mais simples se fosse tudo "Branco" certamente que as tais "razões políticas e económicas de grande escala" não teriam singrado, e não seriam uma minoria de indivíduos - digamos uma dúzia, se tanto, dos denominados "intelectuais" - de "raiz branca/europeia" iludidos com a utopia comunista que iriam provocar um conflito bélico.
Afinal as tropas portuguesas foram para o Ultramar combater pretos indígenas dos nossos territórios e não de outros territórios ou estrangeiros - embora alguns lá estivessem -, muito menos andamos a combater alienígenas de outro planeta.

VERITATIS disse...

Daniel Gonçalves,

Seria uma visão muito simplista achar que bastaria a semelhança étnica de populações para garantir a unidade política. E isto não são meros conceitos abstractos, mas realidades perfeitamente verificáveis na História. O caso das "independências" americanas, como já referi, mostram como uma má elite (etnicamente europeia), corrompida por ideias liberais, maçónicas e iluministas, levou à separação de imensos territórios dos seus legítimos monarcas. Por outro lado, também temos vários exemplos históricos de régulos nativos que sempre foram fiéis vassalos do Rei de Portugal, colaborando e lutando a favor da mesma causa comum, por exemplo, em guerra contra os holandeses, seja no Brasil ou em Angola. Algo que pode parecer estranho a olhos modernos, que vêem a realidade pelo binómio marxista opressor-oprimido, mas na nossa Civilização tradicional o vínculo social baseava-se nas relações de fidelidade e honra, mais do que na força.
Já no século XX, na chamada Guerra do Ultramar, Portugal não esteve em guerra contra os nativos desejosos de liberdade, como afirma a falácia Abrilista, mas sim contra potências estrangeiras que, com a cumplicidade de alguns traidores portugueses, se serviram de uma minoria de terroristas e mercenários nativos para atacar Portugal, ao que juntaram mercenários de outras proveniências, boicotes políticos e económicos, etc. Mas nessa mesma guerra também tivemos muitos nativos a favor de Portugal, inclusive combatentes, como sempre aconteceu ao longo de séculos. Tal como houve brancos ultramarinos a favor da "independência". Deu-se ainda o caso de territórios africanos (São Tomé e Cabo Verde) onde nunca houve qualquer rebelião contra a autoridade portuguesa, mas que foram tornados "independentes" nos gabinetes Lisboa, por uma trupe de traidores (etnicamente portugueses) ao serviço de más ideologias e interesses estrangeiros.