Estamos no fim dos tempos?

Virgem do Apocalipse

Os verdadeiros sinais precursores são, pois, a vida criminosa dos homens; e não, como outrora uns fanáticos calculavam: tal ano, tal época determinada matematicamente, como os livros protestantes anunciam, e como o orgulho humano pretende descobrir nos sinais do Céu.
Sempre houve terramotos, diversas vezes houve escurecimento do sol e da lua, chuvas de estrelas e outros fenómenos preditos, que devem manifestar-se no fim dos tempos.
Estes sinais acompanharão o cataclismo final, é certo, porém sempre houve tais fenómenos, provenientes de causas naturais e explicáveis pela ciência, de modo que não são sinais exclusivos, determinativos.
O mal não está no firmamento, está no homem.
É preciso, pois, observar o homem, para determinar mais ou menos a época, pois tudo depende dele.
Devemos relembrar, a este respeito, a grande profecia do Salvador: «E, assim como foi nos dias de Noé, assim será também a segunda vinda do Filho do homem. Porque, assim como nos dias antes do dilúvio, os homens estavam comendo e bebendo, casando-se e casando seus filhos, até ao dia em que Noé entrou na arca; e não souberam nada até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também na vinda do Filho do homem.» (Mat. XXIV, 37-39)
Eis a norma verdadeira e a única certa e infalível.
Não se pode negar que o mundo actual atingiu o apogeu da sua civilização material, porém retrogradou, na ordem moral, à mais baixa degradação.
Um pensador ilustre escrevia, há pouco tempo:
«A moderna sociedade faz-nos entrever como próxima a vinda do Anti-Cristo: eis o sinal característico dos nossos tempos. O ateísmo, a maçonaria e o comunismo unem-se em monstruoso abraço para combater o Verbo».
Um místico, olhando mais alto que os factos terrenos, exclama por sua vez:
«A revolta contra Deus Pai, que consiste na transgressão das leis da natureza, foi punida com o diluvio, nos tempos de Noé.
A revolta contra Deus Filho, que consiste no abandono da fé, foi punida nos Judeus, com a dispersão e o opróbrio.
A revolta contra Deus Espírito Santo, que consiste no desprezo dos Seus dons e graças, será punida com fogo e morticínio, pobreza e escravidão».
Juntando a estes sinais exteriores os outros preditos pelo Salvador, como são: a prégação do Evangelho no mundo inteiro, a falta de fé, as ameaças de guerras, as perturbações sociais, etc., podemos ou devemos concluir, que tudo está realizado e em realização, e que o fim dos tempos está próximo.

Pe. Júlio Maria de Lombaerde in «O fim do mundo está próximo?», 1936.


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